Cerca de seis mil motociclistas responderam ao apelo do Grupo de Acção Motociclista (GAM) em manifestações no Porto, Castelo Branco, Lisboa, Faro e Funchal. O protesto foi desencadeado após declarações do presidente da Associação Nacional dos Centros de Inspecção Automóvel (ANCIA), apontando para Outubro o início das inspecções obrigatórias para motociclos.
O responsável da ANCIA demonstra apenas preocupação com a rentabilização do equipamento já adquirido, acusam os motociclistas. Apesar de ainda não estar aprovada legislação que permita as inspecções, o representante do sector avançou com o seu início para o dia 1 de Outubro com um valor de 12,50 euros mais IVA.
Os motociclistas levantam dúvidas por não estarem definidos quais os critérios a avaliar, afirmam querer ser parte no processo e dizem não estar «contra as inspecções periódicas e obrigatórias». «A preocupação maior prende-se com necessidade de rentabilizar o equipamento já instalado por muitos centros de inspecção» denuncia o GAM.
Quando a manifestação de Lisboa chegou à Assembleia da República, os motociclistas tinham à sua espera o deputado do PCP Miguel Tiago. O parlamentar comunista saudou os manifestantes e lembrou que o PCP defende um sistema «público, fácil e barato» para as inspecções automóveis e que o Parlamento Europeu ainda não decidiu sobre a questão.
Miguel Tiago lembrou que há muito a fazer, nomeadamente «cobrir e proteger os rails, tapar buracos nas estradas» e investir na formação dos condutores. O deputado considera ser prioritário «resolver os problemas da segurança rodoviária e dos motociclistas» e não alargar o negócios das inspecções.
De acordo com um estudo da Comissão Europeia, apenas 3% dos acidentes rodoviários com motociclos são causados por falhas mecânicas, acrescentou.
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