De acordo com a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Jerónimo Martins, dona de superfícies comerciais na Colômbia, na Holanda e em Portugal – Pingo Doce e Recheio –, aumentou os seus lucros (descontadas operações financeiras dentro do grupo) em 7,1% nos primeiros três semestres do ano. Entre Janeiro e Setembro, os lucros chegaram a 285 milhões de euros.
Esta é outra das empresas sobre as quais incide a taxa máxima da derrama estadual, que deverá subir de 7% para 9% no debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2018.
Neste caso, o risco de fuga da empresa de Portugal – um dos argumentos dos que (no PS, no PSD, no CDS-PP e no patronato) rejeitam o aumento do imposto sobre os mega-lucros – nem uma viragem se pode considerar. É que na passagem do ano 2011 para 2012, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos (a empresa familiar que domina a Jerónimo Martins) transferiu-se para a Holanda, beneficiando do regime fiscal feito à medida das grandes empresas.
A mudança foi feita durante a vigência do anterior governo e nem a redução do IRC (quatro pontos percentuais entre 2014 e 2015) faz regressar a Portugal a dona da Jerónimo Martins.
O que e dona da Jerónimo Martins não fez foi levar consigo para a Holanda as 413 lojas do Pingo Doce, que facturam anualmente mais de 3,5 mil milhões de euros. Essas continuam em território nacional e a pagar os impostos devidos – só a apropriação dos lucros pela família Soares dos Santos é que deixou de contribuir em Portugal.
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