As declarações de Passos Coelho, esta manhã, após uma visita às áreas afectadas pelos incêndios que deflagraram no dia 17, sábado, já foram desmentidas pelos presidentes das câmaras de Pedrógão Grande e de Castanheira de Pera, pela Administração Regional de Saúde do Centro e, inclusivamente, pelo padre de Pedrógão.
Em declarações ao Expresso, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, ex-presidente da autarquia e candidato do PSD às eleições autárquicas de Outubro, João Marques, assumiu ter sido a fonte da informação que, afinal, estava errada. São «boatos», concluiu. Mas o presidente do PSD não se coibiu de a transmitir aos jornalistas, dizendo ter-lhe sido prestada por «pessoas de família», aproveitando para atacar uma eventual «falta de apoio psicológico».
Apesar de hesitar após ser confrontado por uma jornalista e de consultar Teresa Morais, dirigente do PSD que o acompanhava, voltou a insistir na tese da «falta de resposta em termos de apoio psicológico» em relação a pessoas internadas. Nesse segundo momento, já não foi tão taxativo mas voltou a referir «tentativas de suicídio».
Em declarações à RTP, o autarca de Pedrógão, Valdemar Alves, negou qualquer registo de suicídios. «Peço às pessoas que não aceitem, corram com os boateiros», afirmou.
Também Fernando Lopes, presidente da Câmara Municipal de Castanheira de Pera e o comandante dos bombeiros do concelho – em cujas instalações Passos Coelho falou à imprensa – negaram qualquer caso ao Observador. O mesmo afirmou o padre Júlio dos Santos.
À Lusa, o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, José Tereso, corroborou todas as restantes afirmações.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui