Líder do PSD critica as políticas de António Costa

Passos mantém cepticismo sobre actual situação política

Em entrevista ao DN e à TSF, Passos Coelho continua inconformado com a vontade popular manifestada em Outubro. Não acredita no cumprimento do défice público em 2016 e diz que se perdeu a imagem de um país determinado.

Passos Coelho mantém a postura de «aluno bem comportado»
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«O Governo tem o dever de cumprir a legislatura que roubou». Assim se intitula a entrevista ao líder da oposição, publicada hoje no Diário de Notícias.

A propósito das mediáticas sanções, Passos reitera que Portugal foi dos países que, nos últimos anos, mais reduziram o défice, logo é uma «conversa» que diz não entender. «Ou a análise é sobre o passado e as multas – caso tenha havido incumprimento –, não têm nada que ver com a trajectória que está a ser seguida, ou o problema é a trajectória que está a ser seguida e, então, não vale a pena estar a invocar o passado».

Perante a actual situação financeira do País e a actuação do sistema financeiro, Passos diz-se preocupado pelo facto de «em função da condução macroeconómica que está a ser feita, das opções que foram tomadas pelo novo governo, não se estar a fazer o que se deve para pôr o país numa trajectória de crescimento sustentável e de criação de emprego».

Defende que o seu governo corrigiu desequilíbrios e que o País deveria estar numa rota de desendividamento. «Ora, estamos a fazer o contrário. Portanto, mal o BCE tiver de corrigir a política monetária, nós ficamos esganados. Isso preocupa-me, porque o país já passou uma fase de grandes dificuldades; devíamos estar a fazer tudo para evitar voltar a passar por elas e estamos a fazer o contrário», sublinha.

Passos Coelho não acredita que o défice público fique abaixo dos 3% e afirma que o segundo semestre do ano vai trazer riscos suplementares, que em sua opinião desequilibrarão as contas, num contexto europeu que se tornou ainda mais perigoso.

Realça as vulnerabilidades que na sua opinião decorrem do caminho seguido pelo actual executivo e volta a afirmar-se como «melhor alternativa a este governo», desde logo pela imagem de Portugal no exterior. Defende que «quando parecemos gente disciplinada, consciente dos seus problemas, apostada em corrigi-los e que mostra resultados, os investidores tendem a ver o copo meio cheio e a achar que ele vai enchendo».

Alega que fez o possível com o dinheiro disponível e recusa assumir responsabilidades pelos bancos portugueses como o Banif.

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