|Escola Pública

Que meios terão as escolas no início do novo ano lectivo?

O Governo foi instado, em debate parlamentar, a planear já o início do ano lectivo e a concretizar as medidas aprovadas no Orçamento do Estado. Ficaram críticas ao plano de recuperação de aprendizagens.

Mário Nogueira sublinha a reversão da municipalização em países como a Suécia
Créditos / exame.abril.com.br

A Educação esteve em discussão na Assembleia da República, esta terça-feira, por iniciativa do PCP que designou o tema para debate de actualidade para chamar a atenção para o facto de as escolas ainda não saberem, aos dias de hoje, com que meios contam para a preparação do novo ano lectivo.

Ana Mesquita, deputada comunista, lembrou que há «medidas positivas que decorrem do Orçamento do Estado», que ainda não foram implementadas pelo Executivo.

Acrescentou ainda que são necessárias alterações concretas «para os problemas que estão colocados ao nível da recuperação das aprendizagens», e que o anunciado «Plano 21/23 Escola +» parece tratar-se de um «conjunto de intenções pouco claras, nada detalhadas e limitadas no tempo».

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Recuperação de aprendizagens implica medidas de fundo

A Fenprof considera que o anúncio do ministro foi apenas o enunciar de «um conjunto de intenções», «pouco claras» e «limitadas no tempo», que não resolvem o problema estrutural.

Mário Nogueira
CréditosFernando Veludo / Agência Lusa

O ministro da Educação apresentou, esta terça-feira, o designado «plano para a recuperação de aprendizagens», ainda sem ter marcado, como havia prometido, uma reunião com a Federação Nacional de Professores (Fenprof/CGTP-IN), nem ter enviado qualquer documento com o referido plano, denuncia a estrutura em comunicado.

De acordo com o despacho n.º 3866/2021, de 16 de Abril, a estrutura sindical esperava um plano com «recomendações relativas a medidas a considerar na preparação dos anos lectivos 2021/2022 e seguintes, a partir de um olhar sistémico e multidisciplinar, no âmbito da recuperação e consolidação de aprendizagens e da mitigação das desigualdades decorrentes dos efeitos da pandemia da doença Covid-19».

No entanto, a Fenprof considera que o anúncio do ministro foi apenas o enunciar de «um conjunto de intenções», «pouco claras» e «limitadas no tempo», aplicando-se apenas nos próximos dois anos lectivos. Saem «frustradas as expectativas», afirma a federação, que esperava «medidas de fundo para um problema que não é conjuntural, nem foi criado pela pandemia».

A Fenprof considera positivo, porém, que as medidas não passem pelo recurso às «academias de Verão», à antecipação do início do próximo ano lectivo, ao aumento da carga horária lectiva dos alunos, nem à contratação de docentes já aposentados ou de «indivíduos não qualificados».

Por outro lado, continuam ausentes medidas defendidas pelos professores como a redução do número de alunos por turma, o fim do «sobretrabalho» a que estão sujeitos e o reforço dos docentes de intervenção precoce.

A discrepância de aplicação dos 900 milhões de euros anunciados também merece a crítica da Fenprof, uma vez que 670 milhões serão para infra-estruturas e apenas 140 milhões para recursos humanos.

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Pelo contrário, os comunistas entendem que é preciso conhecer quais os «meios que efectivamente vão estar ao serviço das escolas para que exista a autonomia que permita o reforço dos apoios pedagógicos e sociais, a contratação dos trabalhadores necessários, a diminuição do número de alunos por turma», entre outras questões.

Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, justificou que o Executivo trabalha para a «robustez» da Escola Pública e Porfírio Silva, deputado do PS, defendeu o plano de recuperação de aprendizagens anunciado. Alexandra Vieira, deputada do BE, chamou a atenção para os mais de três mil professores que ainda não foram colocados e cuja integração não pode ser anunciada como novo reforço.

Os vários partidos à direita aproveitaram para falar da importância do investimento na Educação, sem fazer qualquer referência às necessidades concretas da Escola Pública.

Por seu turno, Alma Rivera, deputada comunista, recordou que já «eram insuficientes os meios humanos e materiais nas escolas» e que se tinha, antes da pandemia, dado «início a um caminho de redução do número de alunos por turma» que acabou «arrastado por parte do Governo». E insistiu que, para cumprir esta meta, que corresponde à prioridade imprinscindível a dar à Escola Pública, são necessários «mais professores valorizados», auxiliares de acção educativa, administrativos e profissionais especializados, como é o caso dos psicólogos.

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