Foi publicada na semana passada em Diário da República a portaria que estabelece aumentos entre 6% para as pensões de montante igual ou inferior a 1018,52 euros e 5% para as pensões de montante superior a 3055,56 euros. Pelo meio, as pensões de montante superior a 1018,52 e igual ou inferior a 3055,56 terão uma actualização de 5,65%.
Mas, «ao contrário do que temos vindo a ouvir e a ver em vários órgãos de informação, os reformados, pensionistas e idosos não estão contentes com os aumentos insuficientes que nos mantém com dificuldades face ao aumento do custo de vida», reage a Confederação Nacional de Reformados (MURPI), num comunicado divulgado esta terça-feira.
Quem diz «que os reformados finalmente estão contentes com a subida do valor das suas reformas não pode estar reformado com uma pensão abaixo dos 2 mil euros», refere.
Para o MURPI, que renvindicava um aumento de 7,5%, com um aumento mínimo de 70 euros para as reformas mais baixas, e a criação de dois novos escalões de pensões mínimas, «é falso afirmar» que estes aumentos visam atender ao crescente aumento do custo de vida. Falso também, adianta, «quando nos dizem que, desta vez, os aumentos são superiores à inflação».
A estrutura, que reclama medidas como um melhor acesso à habitação e à saúde, um cabaz de bens essenciais a preços fixos, mais e melhor mobilidade e melhores equipamentos e serviços de apoio, entre outras exigências, salienta que os reformados, pensionistas e idosos vão manter a luta pelo direito a viver com dignidade, já que a «grande maioria» continua com dificuldades em optar entre a despesa da farmácia e a do supermercado. Hoje mesmo, a TSF divulga uma reportagem que revela que «para algumas famílias só é possível comprar medicamentos com apoios solidários».
«Continuamos com sérias dificuldades no acesso aos médicos e ao pagamento de exames a tempo e a horas! Vivemos na pobreza energética, sem meios que nos permitam gastar para aquecer as nossas casas», critica o MURPI.
Dados revelados em Julho deste ano mostravam que mais de 400 mil idosos vivem em risco de pobreza no nosso país, com um máximo de 551 euros por mês.
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