As acções de denúncia são organizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), nas quais é distribuído um documento aos clientes a relatar os baixos salários no sector, as más condições de trabalho e a chantagem patronal nas negociações.
A primeira decorreu hoje até à hora de almoço no estabelecimento da Jerónimo Martins em Sassoeiros, concelho de Cascais, estando a próxima marcada para o final da tarde, entre as 17h e 19h, junto ao Continente da Amadora.
No documento, os trabalhadores explicam que trabalham «sete dias por semana com horários desregulados» que fazem das suas vidas «um verdadeiro inferno», mas os salários são baixos, iguais ou pouco acima do salário mínimo nacional, apesar dos lucros milionários das empresas.
Os trabalhadores afirmam ainda que, entre 2010 e 2017, «considerando apenas a inflação e o aumento dos preços dos bens de primeira necessidade», os salários desvalorizaram mais de 10% – «O que significa que, hoje, nós, trabalhadores das empresas de distribuição, vivemos muito pior, empobrecemos a trabalhar e temos cada vez mais dificuldades em conseguir que o salário "estique" até ao final do mês».
No documento, o CESP apela aos clientes dos hiper e supermercados para manifestarem «a sua solidariedade para com a luta dos trabalhadores», seja escrevendo no livro de reclamações, expressando a sua indignação nas redes sociais das empresas ou enviando mensagens de correio electrónico para a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição ([email protected]).
Com greve marcada para 12 de Setembro, em toda a grande distribuição, os trabalhadores exigem o aumento geral dos salários, o fim da tabela B, que prevê menos 40 euros de salário em todos os distritos excepto Lisboa, Porto e Setúbal, e a progressão automática dos operadores de armazém até ao nível de especializado.
Já a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), representante das grandes cadeias de distribuição, é acusada de bloquear as negociações para a revisão do contrato colectivo de trabalho do sector, um processo que se arrasta desde Setembro de 2016. Esta exige, a troco do aumento dos salários, várias contrapartidas: a redução do valor pago pelo trabalho suplementar e em dia de feriado para metade e a aceitação oficial do banco de horas como prática no sector.
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