Sergei Lavrov afirmou esta terça-feira que a «zona de segurança» na província síria de Idlib é a única dessas zonas onde se encontram dezenas de milhares de terroristas, liderados pela Jabhat al-Nusra.
Em declarações ao Canal 1 da televisão russa, registadas pela agência SANA, o diplomata lembrou que o anterior presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou publicamente que iria «separar a Jabhat al-Nusra dos restantes grupos armados», classificando-a como uma organização terrorista, mas que nunca fez nada para o concretizar.
Neste sentido, pediu à actual administração norte-americana que «não cometa os mesmos erros», embora tenha admitido que a atitude de Donald Trump relativamente à província de Idlib evidencia que Washington «quer proteger a al-Nusra».
Sublinhando a importância da participação de forças militares russas em operações militares contra o terrorismo na Síria e referindo-se àqueles que se posicionam contra a ofensiva do Exército Árabe Sírio (EAS) em Idlib, nomeadamente os EUA e os seus aliados, Lavrov acrescentou que nenhum desses, que falam sobre «salvar vidas humanas e respeitar a soberania e integridade territorial dos estados, fez alguma coisa para evitar as tentativas dos terroristas de assumirem o poder em Damasco».
EUA insistem nas ameaças
Na segunda-feira, Donald Trump – presidente de um país que opera na Síria contra a vontade do seu governo soberano e que lidera intervenções militares com «consequências humanitárias trágicas» no Médio Oriente, em África, na Ásia – recorreu ao Twitter para avisar o governo sírio e os seus aliados sobre uma eventual operação militar em Idlib, com a qual pretendem libertar do terrorismo essa parte do território sírio.
O humanitário Trump, que vende armas no valor de milhares de milhões à Arábia Saudita e agita meia América Latina para asfixiar a Venezuela e a Nicarágua, escreveu que tal ofensiva seria «uma escalada imprudente de um conflito já trágico e que poria em risco a vida de centenas de milhares de pessoas».
Ontem, Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, recordou as advertências «humanitárias» do seu presidente e voltou a lembrar a firme atitude dos EUA no que respeita a um eventual ataque com armas químicas em Idlib, por parte do governo sírio, ao qual «responderão de forma rápida e adequada, juntamente com os seus aliados» – nomeadamente a França e o Reino Unido.
Sanders disse ainda que Washington está a «seguir de perto a situação na província de Idlib», considerada actualmente o último bastião dos grupos terroristas no país árabe e de onde o EAS os quer expulsar, indica a PressTV.
Israel admite mais de 200 ataques na Síria nos últimos 18 meses
Esta terça-feira, os militares israelitas admitiram ter realizado mais de 200 ataques na Síria nos últimos 18 meses, com os quais – alegam – destruíram «centenas de alvos iranianos», informa a RT.
Israel raramente assume a autoria dos ataques na Síria, mas Damasco tem reiterado as acusações contra as forças sionistas de violação da sua soberania e de ajuda militar, médica e logística aos grupos terroristas.
Ontem, as defesas aéreas sírias responderam a mais um ataque israelita contra alvos militares no país árabe, nas províncias de Hama e Tartus.
De acordo com a Prensa Latina, alguns mísseis, disparados por caças israelitas na zona fronteiriça entre o Líbano e a Síria, atingiram diversos alvos em Masyaf (Hama) e Banyas (Tartus). A agência SANA refere que o sistema de defesa anti-aéreo interceptou «diversos mísseis hostis e forçou os aviões a retirar-se».
O ataque provocou pelo menos uma vítima mortal e vários feridos. Algumas fontes apontam para oito, outras para duas dezenas.
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