Milhares de palestinianos participaram, ontem à tarde, na 25.ª semana consecutiva de manifestações da Grande Marcha do Retorno, que decorreram sob o lema «A resistência é a nossa escolha», para sublinhar que o povo palestiniano rejeita os Acordos de Oslo (assinados há 25 anos, em 13 de Setembro de 1993) e o chamado «acordo do século» promovido pelos EUA, indica na sua página de Facebook o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
As forças israelitas voltaram a reprimir com grande violência os protestos e provocaram a morte a três jovens palestinianos, sendo um deles uma criança de 12 anos de idade. Trata-se de Shadi Abdulal, segundo informou Ashraf al-Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza.
Os outros são Hani Afana, de 21 anos, e Mohammed Shaqoura, também com 21. De acordo com uma testemunha ocular, a que o MPPM faz referência, «Shadi não constituía qualquer ameaça e foi atingido a tiro a uns 70 metros da vedação» que cerca a Faixa de Gaza.
Para além disso, o Ministério informou que cerca de 250 palestinianos, incluindo 18 crianças, dois paramédicos e um jornalista, sofreram ferimentos nos protestos de ontem.
As manifestações da Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março deste ano, tendo-se realizado todas as sextas-feiras, há 25 semanas consecutivas, perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.
Entre as principais reivindicações anunciadas pelos organizadores destas mobilizações estão o levantamento do bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza há 12 anos e o direito de retorno refugiados palestinianos às suas terras, que Israel expulsou no âmbito da campanha de limpeza étnica que levou a cabo por ocasião da sua fundação, em 1948.
Desde o início dos protestos da Grande Marcha do Retorno, a repressão das forças israelitas já provocou mais 184 mortos entre os palestinianos. O número de feridos é superior a 19 mil.
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