A menos de um mês da greve nacional da Função Pública, convocada para 26 de Outubro, o Governo e o PS já admitem aumentos salariais em 2019, depois de meses em que foram afastando a hipótese. Carlos César, líder parlamentar do PS, já tinha admitido aumentos «pelo menos» para os níveis remuneratórios mais baixos, em entrevista à RTP.
Esta manhã, à saída de uma reunião com a CGTP-IN, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, revelou que há espaço para ir mais longe. «Daquilo que nos foi transmitido, não são apenas soluções de limitação dos aumentos, há uma solução de aumento geral dos salários para todos os trabalhadores da Administração Pública a que o Governo está também aberto», afirmou aos jornalistas.
A informação foi corroborada pelo líder parlamentar do BE, que disse também ter recebido informação nesse sentido pelo Governo.
Apesar de este tema ter relação com a proposta de Orçamento do Estado para 2019, que terá que acomodar as verbas necessárias, João Oliveira lembrou que o processo negocial decorre à margem da Assembleia da República, já que é matéria de negociação colectiva, entre os sindicatos e o Governo.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), que convocou o protesto de 26 de Outubro, inscreveu no seu caderno reivindicativo um aumento de 4%, num mínimo de 60 euros por mês, a par da valorização de outras componentes, como do subsídio de refeição.
A federação sindical da UGT pretende um aumento de 3,5%, enquanto a frente sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado pretende uma subida de 3%.
Desde 2009 que os trabalhadores da Administração Pública não têm qualquer aumento salarial, o que resultou numa perda de poder de compra de quase 12%. A isto soma-se o congelamento das progressões nas carreiras profissionais, já desbloqueado este ano.
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