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Autoeuropa retoma a produção

É a terceira vez este ano que a produção na fábrica de Palmela foi interrompida por falta de componentes. Os trabalhadores regressam à fábrica com um novo pré-acordo laboral negociado com a empresa.

Fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A Autoeuropa retoma hoje a produção, depois de uma semana de paragem programada devido à falta de componentes para a montagem de veículos, confirmou à Lusa fonte oficial da empresa. A laboração começa às 7h, com os dois turnos que são normais durante o fim-de-semana e, a partir de segunda-feira, regressa o trabalho em velocidade de cruzeiro.

A situação não é inédita. Em Fevereiro e Março demos notícia, no AbrilAbril, de paragens semelhantes.

A fábrica de automóveis da Volkswagen, em Palmela, parou por completo nos dias 27, 29, 30 e 31 de Outubro «devido à falta de componentes nas fábricas de motores», justificou a empresa em comunicação interna aos trabalhadores. No mesmo comunicado, a que a Lusa teve acesso, a Administração da Autoeuropa sublinhou que a paragem por falta de componentes está a afectar outras fábricas do grupo e que não é exclusiva da fábrica de Palmela.

A paragem de produção ocorreu dois dias depois de ter sido alcançado um novo pré-acordo laboral entre a Comissão de Trabalhadores (CT) e a Administração da empresa, no seguimento das negociações entre ambas as partes sobre a laboração contínua na fábrica de Palmela.

Principais reivindicações dos trabalhadores foram aceites

No passado dia 25 de Outubro o coordenador da CT, Fausto Dionísio, anunciou um «óptimo acordo», contemplando «um aumento mínimo de 25 euros, a integração de 300 trabalhadores com contratos a prazo no quadro da empresa» e «o pagamento do trabalho ao domingo a 100%, tal como já acontecia com os sábados». Esta era uma das principais reivindicações dos trabalhadores da Autoeuropa, frisou o coordenador, em notícia então veiculada pelo AbrilAbril.

Foi em Junho passado que os trabalhadores forçaram a Autoeuropa a retomar as negociações do novo acordo laboral, interrompidas unilateralmente pela empresa por divergências quanto ao valor da remuneração da laboração contínua. Em 7 de Junho a CT da Autoeuropa emitiu um comunicado aos trabalhadores, a que o AbrilAbril teve então acesso, a relatar a mudança de postura da administração, depois de uma reunião a pedido desta. «Hoje, durante a manhã, reunimos novamente a pedido da empresa, a qual nos transmitiu que está em condições de retomar as negociações», lia-se, então, no citado comunicado.

O recuo da administração da Autoeuropa, que anteriormente tinha afastado por completo as negociações ao impôr de forma unilateral as compensações para a laboração contínua, surgiu depois dos trabalhadores reunirem em plenário no passado dia 5. Estes decidiram avançar com um abaixo-assinado e encarregar a CT de avançar com outras formas de luta perante a intransigência da empresa.

A democracia operária em acção

Estão agendados quatro plenários para os dias 6 e 7 de Novembro a fim de dar conta, aos trabalhadores, do pré-acordo, sendo que as votações, segundo avançou Fausto Dionísio à Lusa, irão decorrer nos dias 8 e 9 de Novembro. «Os trabalhadores são soberanos, mas estamos confiantes de que será aprovado», salientou o coordenador da CT.


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