Num breve comunicado disponível no seu portal, o Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL) denuncia que está prevista a chegada de um navio Ro-Ro para o porto de Setúbal, amanhã às 6h.
Apesar da paragem em curso dos «eventuais», que compôem 90% da força de trabalho e que implicou o fecho dos serviços portuários, incluindo o terminal da Autoeuropa, a Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra (APSS) omitiu a chegada.
«Se todos os estivadores precários do Porto de Setúbal estão indisponíveis para trabalhar, conforme têm reiteradamente afirmado», então para o SEAL, tendo em conta que nenhum foi convocado, é claro que haverá alguém a substituí-los.
O navio Paglia, considerado «fantasma» por dar entrada fora do sistema, está de momento a passar ao largo da Figueira da Foz, conforme pode ser visto aqui. O Ro-Ro partiu de Santander, em Espanha, onde já carregou cerca de mil viaturas, pelo que em Setúbal deverá embarcar cerca de duas mil.
Ao que o AbrilAbril apurou, um outro navio de transporte de veículos, o Grande Napoli, também está a caminho de Setúbal, estando prevista a sua chegada às 5h de amanhã.
Manobra orquestrada pelo Governo e Operestiva
De acordo com o DN, a Autoeuropa recebeu garantias do Governo e do operador logístico Operestiva de que amanhã iria entrar um navio no Porto de Setúbal para carregar os automóveis.
«O planeamento do navio de amanhã teve por base a garantia de uma solução para o embarque de veículos dada pelo governo e pelo operador logístico», refere a nota de imprensa da Autoeuropa.
Com a confirmação do envolvimento do Governo neste plano conjunto para furar a greve dos estivadores com vínculos precários, as acusações do SEAL relativas ao envolvimento do Ministério do Mar nas tentativas de trazer trabalhadores de outros portos nacionais (Lisboa e Aveiro) ficam, de igual forma, também confirmadas.
Trabalhadores tentam impedir carregamento
O SEAL convocou uma concentração de protesto marcada para as 7h, junto ao porto, para «resistir a mais uma provocação dos patrões». Os meios da Polícia de Segurança Pública estão a ser reforçados em Setúbal a propósito da chegada do navio.
O sindicato afirma que «continuará a acompanhar de perto esta situação preocupante, que cada vez mais configura uma aliança perversa entre a gestão privada e os responsáveis públicos»
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