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Industriais da panificação repetem chantagem contra subida do salário mínimo

O aumento do salário mínimo volta a ser usado como pretexto para justificar subidas no preço do pão, tal como há um ano. Na altura, a Fesaht denunciava que não havia aumentos no sector desde 2011.

Créditos / Pixabay

O presidente da Associação dos Industriais da Panificação, Pastelaria e Similares do Norte disse esta manhã à Lusa que o preço do pão deve voltar a subir no próximo ano e justificou o aumento com a subida do salário mínimo nacional.

O argumento não é novo; aliás, foi usado há um ano. Mas, como noticiou então o Correio da Manhã, é falso: as despesas com salários representam apenas um terço dos custos de produção.

A isto acresce o facto de, segundo uma denúncia da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), os salários praticados no sector estiveram praticamente congelados entre 2011 e o final do ano passado.

Em comunicado, a federação lembrava, há um ano, que «praticamente todos os trabalhadores da panificação [passaram a receber] o salário mínimo nacional devido à recusa em negociar», explicando que, como os sindicatos recusaram a retirada de direitos, as associações patronais bloquearam a negociação colectiva e só recuam se estes «aceitarem as suas propostas chantagistas e inaceitáveis».

O dirigente patronal que falou com a Lusa acabou por reconhecer que o preço da farinha e a pressão das grandes superfícies são cada vez mais uma preocupação para as panificadoras. Revelou ainda que, nas empresas do sector, se têm intensificado os ritmos de trabalho, como a Fesaht já denunciava em finais de 2017.

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