A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) afirma num comunicado que a proposta da administração da Scotturb procura «"legalizar" aquilo que tem procurado fazer por via dos contratos individuais de trabalho».
Numa primeira apreciação do documento, a federação enumera alguns pontos que correspondem a um regresso ao passado em matéria de direitos laborais, como a duplicação do tempo experimental ou a divisão de algumas categorias profissionais por níveis, «nos quais os trabalhadores evoluem mediante apreciação da gerência, na base de critérios subjectivos, para os quais querem o nosso acordo», e a dilatação do intervalo de descanso.
Segundo a federação, a Scotturb propõe que o intervalo de descanso seja de uma até cinco horas para os trabalhadores móveis e três horas para os fixos. «Conjugando o horário de trabalho e o intervalo de descanso, temos uma amplitude de 17 horas, num dia de 24 horas. Então o tempo para descanso, para estar com a família?», indaga.
Outro dos pontos em análise é o alargamento dos horários de trabalho. A Fectrans denuncia que são propostos horários que podem ir até às 60 horas semanais, «o que quer dizer que deixam de pagar extraordinário», ficando a empresa com «margem de manobra» para colocar os trabalhadores com horários de 12 horas, mais o intervalo de descanso, «sem ter necessidade de pagar qualquer trabalho extraordinário».
A Scotturb é uma empresa de transportes urbanos colectivos de passageiros que opera sobretudo nos concelhos de Sintra, Cascais e Oeiras, resultante da privatização destes serviços em 1995. É detida actualmente pelo grupo Vega, que em 2017 adquiriu as empresas do grupo Vimeca.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui