De acordo com fontes locais, este domingo as forças israelitas atacaram fisicamente vários alunos que seguiam para a escola – tendo tentado deter um deles – e dispararam bombas de gás lacrimogéneo contra pais que tentaram intervir, informa a agência Ma'an.
Diversas fontes revelaram também que os soldados israelitas dispararam bombas de gás lacrimogéneo nas imediações da Escola Tareq Bin Ziad, na parte sul da cidade, levando a que vários estudantes, professores e membros do pessoal auxiliar sofressem de sufocação devido à inalação de gás.
A escola atacada este domingo é uma das nove escolas palestinianas localizadas na área H2 de Hebron, refere o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), acrescentando que as crianças em idade escolar têm de passar por postos de controlo militares para poder aceder às suas escolas, e que são frequentemente alvo de assédio e ataques pelas forças militares e pelos colonos israelitas.
Esta manhã registaram-se novas agressões por parte das forças israelitas a escolas na cidade de Hebron, na área H2. Segundo a agência Ma'an, pelo menos seis escolas primárias foram atacadas com bombas de gás lacrimogéneo e dezenas de alunos e professores tiveram de receber tratamento hospitalar, por sufocação devida à inalação de gás.
Hebron está dividida em duas áreas. Na H1, controlada pela Autoridade Palestiniana e que compreende cerca de 80% da cidade, residem cerca de 175 mil palestinianos. A H2, controlada por Israel, inclui a maior parte da Cidade Velha. Aqui, sublinham a Ma'an e o MPPM, vivem perto de 800 colonos israelitas, rodeados por mais de 30 mil palestinianos.
Ataques frequentes
Os ataques de Israel ao sector educativo palestiniano são frequentes, tal como tem sido denunciado pelas próprias autoridades palestinianas, privando as crianças do direito a uma educação de qualidade e a um ambiente de aprendizagem em segurança. No caso de Hebron, repetem-se os ataques aos estudantes palestinianos, por parte de soldados e colonos israelitas.
Só em 2018, as Nações Unidas registaram 111 ataques das forças israelitas a escolas da Margem Ocidental ocupada, afectando mais de 19 mil crianças, refere a agência Wafa. A grande maioria dos casos ocorreu nos últimos quatro meses do ano passado.
Os «incidentes ou interferências em escolas por parte das forças israelitas» incluem «ameaças de demolição, confrontos a caminho da escola entre estudantes e forças de segurança, professores impedidos de passar em pontos de controlo e, nalgumas ocasiões, acções violentas por parte das forças israelitas e de colonos», lê-se no portal da Wafa.
No relatório conjunto publicado em Janeiro de 2019 por várias entidades da ONU, afirma-se ainda que «mais de metade dos incidentes verificados envolveram munições reais, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes disparadas para dentro ou perto das escolas pelas forças israelitas, afectando as actividades lectivas ou ferindo alunos».
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