A libertação da região de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, é uma das grandes vitórias alcançadas pelo Exército Árabe Sírio (EAS) e seus aliados na luta contra o terrorismo. Durante anos, várias facções extremistas ali localizadas – como a Jaysh al-Islam e Faylaq al-Rahman, ligadas à Al-Qaeda e à Frente al-Nusra – aterrorizaram a população, levando a cabo execuções públicas, fazendo paradas nas ruas em que exibiam carrinhas com gaiolas repletas de civis e usando-a como escudo humano quando, em Fevereiro de 2018, o EAS lançou uma ofensiva para libertar as várias cidades da região.
A destruição de infra-estruturas foi enorme durante a ocupação dos terroristas. De acordo com Maher Faraj, chefe do Departamento de Educação da província de Damasco Rural, só no sector da Educação a região de Ghouta Oriental registou perdas e danos no valor de 33 mil milhões de libras sírias (56,6 milhões de euros).
De acordo com o responsável, «219 escolas ficaram inoperacionais devido à acção dos terroristas», mas, graças aos enormes esforços do Ministério sírio da Educação, em cooperação com as comunidades locais e organismos internacionais, para reabilitar infra-estruturas escolares e dotá-las com o material necessário ao ensino, 211 estabelecimentos de ensino foram recuperados (reabilitados ou resconstruídos) desde a libertação, indica a Prensa Latina.
A um ano da vitória sobre o terrorismo em Ghouta Oriental, os responsáveis pelo sector da Educação na Síria conseguiram que 125 mil estudantes regressassem às aulas na região. Para além disso, cerca de 35 mil crianças foram integradas num plano especial de ensino que lhes permitisse recuperar as aulas perdidas nos últimos anos, em virtude das acções de sabotagem e da ocupação do do território pelos grupos terroristas.
Recuperação também na saúde
A agência SANA sublinha que, após a declaração da libertação, os quadros da saúde foram os primeiros a chegar às várias cidades de Ghouta Oriental, para lidar com casos de emergência e outras necessidades dos pacientes.
Estes quadros integraram também equipas de especialistas criadas pelo governo sírio com o objectivo de ajudar os habitantes da região a ultrapassar os momentos difíceis que viveram, nomeadamente problemas sociais decorrentes da «humilhação» a que foram sujeitos durante a ocupação terrorista. Recorde-se que as mulheres sofreram abusos por parte de elementos extremistas e que as autoridades sírias sinalizaram a existência de dezenas de crianças sem identidade.
Desde meados de Abril de 2018, 14 centros de saúde foram reabertos, estando actualmente em construção outros 14 centros e três hospitais – nas cidades de al-Mlaiha, Kafr Batna e Harasta –, revelou à agência SANA o chefe do Departamento de Saúde da província de Damasco Rural, Yasin Naaous.
Naaous disse ainda à SANA que os cuidados médicos prestados à população ao longo do último ano em Ghouta Oriental incluíram mais de 85 mil serviços de vacinação a crianças e o acompanhamento nutricional de 97 mil casos, além de serviços de saúde materna e de apoio psicológico e social, que abrangeram mais de 83 mil pessoas.
«A imprensa ocidental não queria saber dos habitantes de Ghouta»
Quando, em Fevereiro do ano passado, o EAS e seu aliados lançaram uma campanha para libertar a região de Ghouta Oriental do terrorismo, os grupos extremistas, além de usarem a população local como escudo, andavam há meses a lançar obuses sobre a cidade de Damasco, provocando grande número de vítimas civis.
As potências ocidentais, os seus satélites e a sua imprensa de serviço lançaram então uma potente campanha de desinformação, destinada a fazer passar o governo sírio e o seu Exército como os «maus da fita» – tal como haviam feito em Alepo. Damasco acusou os responsáveis ocidentais de levar a cabo «campanhas que só podem ser classificadas como apoio directo aos terroristas».
Numa altura em que a vitória do EAS era já certa, Bothaina Shaaban, assessora política e mediática de Bashar al-Assad, deu uma entrevista à TV estatal síria em que sublinhou precisamente que, tal como em Alepo em 2016, a imprensa ocidental se empenhou na «distorção» daquilo que ali se passava.
«Aquilo que aconteceu antes da libertação de Ghouta é muito semelhante àquilo que ocorreu antes da libertação de Alepo, na medida em que a imprensa ocidental começou a fabricar notícias, de acordo com as quais os habitantes de Ghouta passavam fome e sofriam» as consequências destrutivas do cerco movido pelo Exército aos terroristas, frisou Shaaban.
No entanto, «essa comunicação social não estava interessada nos habitantes de Ghouta mas, sim, em proteger os seus instrumentos, os seus gangues e organizações terroristas», destacou a conselheira presidencial.
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