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Governo grego prossegue programa de privatizações

Grécia privatiza gestão do porto do Pireu

Num negócio que envolve 368,5 milhões de euros, Atenas cedeu a gestão pública do porto do Pireu ao grupo chinês COSCO. Trata-se da segunda maior privatização no país helénico desde o ano passado.

A privatização do porto do Pireu contraria as promessas eleitorais de Tsipras e preocupa os trabalhadores
Créditosjoc.com

Nos termos do acordo, concluído esta quarta-feira, a COSCO, com sede em Hong Kong, compromete-se a adquirir 67% das acções da empresa pública OLP por 368,5 milhões de euros, em duas fases.

Ontem, ficou concluída a primeira etapa, com 51% das acções da OLP a serem transferidas para a COSCO por 280,5 milhões de euros. Os restantes 16% serão obtidos, por 88 milhões de euros, num prazo de cinco anos, depois de a empresa chinesa investir uma parte dos 350 milhões de euros a que fica obrigada na próxima década, revela a RT. A COSCO terá ainda de pagar um valor anual ao Estado grego pela gestão do porto.

A empresa estatal chinesa já operava no porto do Pireu, tendo obtido, em 2009, a concessão do terminal de contentores por um período de 35 anos.

As promessas de Tsipras

Os trabalhadores do porto manifestaram-se preocupados com este negócio, afirmando que poria em risco os seus postos de trabalho. Na sexta-feira passada, mobilizaram-se no centro de Atenas em protesto contra a privatização.

«Isto é não é uma concessão, é uma entrega de propriedade do povo grego», disse à RT Constantinos Tsourakis, trabalhador no porto. «Porque é que a China deve mandar no Pireu e não o Estado grego?», perguntou.

A venda do Pireu foi uma das exigências feitas pelos credores à Grécia, por forma a assegurar um terceiro «pacote de ajudas», no valor de 86 mil milhões de euros. Na campanha eleitoral, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, prometera não privatizar as infra-estruturas do país.

Em Agosto do passado, Atenas deu o aval à venda de 14 aeroportos regionais a uma empresa alemã, a Fraport AG, que gere o aeroporto de Frankfurt. O contrato, válido por 40 anos, envolveu 1200 milhões de euros.

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