Num momento em que as forças do Exército Árabe Sírio e seus aliados materializavam grandes avanços e conquistas na luta contra os grupos terroristas na cidade de Douma (arredores de Damasco), os chamados Capacetes Brancos trouxeram a público que um ataque com cloro e gás sarin matara mais de 40 pessoas, em Abril de 2018.
EUA, Reino Unido e França nem sequer esperaram que a equipa de investigação das Nações Unidas chegasse ao local: decidiram que Bashar al-Assad era culpado e lançaram vários ataques contra o país levantino.
No relatório final sobre o «incidente», publicado em Março deste ano, a missão de investigação da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) afirmou não ter encontrado gás sarin, mas disse que os cilindros com cloro foram lançados a partir do ar. O relatório citava «especialistas» não designados, externos. O que não se sabia é que havia outro relatório, de engenheiros da OPAQ, que punha em causa estas conclusões e que nunca foi incluído no documento final do organismo.
Este relatório foi enviado ao Working Group on Syria, Propaganda and Media [Grupo de Trabalho sobre a Síria, Proganda e Media], um grupo composto por investigadores que têm encarado com grande desconfiança as «narrativas oficiais» sobre a guerra na Síria, promovida por grupos terroristas e por determinados governos – de potências ocidentais, de Israel, da Turquia, das petro-ditaduras do Golfo, entre outros.
Em declarações à RT, Piers Robinson, membro do grupo de trabalho, disse: «Temos a confirmação de várias fontes de que o [documento enviado] é autêntico.»
Muitas questões e suspeitas, em vez de respostas
Aquilo que o documento dos engenheiros evidencia, com base nos testes e investigações efectuados no local dos alegados ataques, é – de forma resumida – que os cilindros com gás tóxico foram ali colocados manualmente (o que aponta para os terroristas e não para as forças de Damasco).
Isto deita por terra o relato oficial da OPAQ, que, segundo Robinson, não nega a autenticidade do documento agora recebido pelo Working Group on Syria, Propaganda and Media.
Aquilo que o organismo das Nações Unidas tem estado a fazer, de acordo com o responsável do grupo de trabalho, é tentar quebrar a ligação entre este documento agora revelado (pelos engenheiros da OPAQ) e o relatório final da equipa de investigação da OPAQ no terreno, publicado no final de Março. Mas isso, sublinha, levanta ainda mais questões, em vez de dar respostas.
Relatório oficial da OPAQ sobre Douma não foi assinado
«O relatório da missão de investigação da OPAQ não foi assinado. Não foi lá posto o nome de ninguém. É um procedimento muito pouco comum para relatórios finais da OPAQ», disse Robinson à RT, sublinhando que, em vez de incluir o documento interno dos engenheiros, inclui conhecimentos de «organizações obscuras, não designadas, anónimas» – o que levanta suspeitas sobre quem de facto está por trás das conclusões do organismo.
Robinson disse que gostava de saber «que tipo de pressões políticas terão sido exercidas sobre a OPAQ» por Paris, Londres e Washington ao ponto de um relatório de engenharia interno ter sido suprimido.
Na peça que publicou este sábado, a RT afirma que enviou um questionário à OPAQ há já uma semana, sem ter tido resposta. Quem recebeu uma resposta foi o Mail on Sunday – sinal de que, no meio do silêncio, há mais gente a escarafunchar –, a quem um representante do organismo disse que «está a ser realizado um inquérito interno para apurar a divulgação não autorizada do documento em questão».
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