O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) emitiu hoje um comunicado sobre a degradação do serviço público prestado pelo Metropolitano de Lisboa, onde afirma que os trabalhadores não são responsáveis pela situação da empresa e denuncia a preparação para a privatização que aconteceu nos quatro anos de governação do PSD e CDS-PP.
«Empurraram-se mais de 300 trabalhadores para “rescisões amigáveis” e para o desemprego, descapitalizaram a Empresa, encerraram 18 postos de vendas, diminuíram o número de carruagens na linha verde, aumentaram o tempo de intervalo entre comboios, diminuíram a velocidade de circulação de 60 para 45 km/h, degradaram a manutenção e a limpeza de comboios e estações. Passou-se de uma exploração comercial onde raramente se registavam atrasos, interrupções ou supressões, para o seu oposto, com incidentes de exploração todos os dias.»
O comunicado relaciona também o aumento do número de acidentes e de doenças ligadas ao trabalho com a menor quantidade de maquinistas (menos 45) para uma oferta igual ou mesmo para um percurso maior. Dos oito postos de tracção existentes, que são importantes para apoio e garantia de segurança, chegam a estar encerrados quatro. O menor número de efectivos no Posto de Comando Central e Energia e na fiscalização são outras críticas apontadas pelo sindicato. São igualmente referidas falhas ao trabalho da Medicina do Trabalho, num quadro em que é sabido o risco de desenvolvimento de doenças crónicas em quem trabalha no subsolo.
O comunicado recusa ainda o argumento do Conselho de Administração, segundo o qual na origem da degradação da oferta nos meses de Junho e Julho está o absentismo dos trabalhadores. Recorrendo a gráficos o STRUP demonstra que a ausência de trabalhadores no mês de Julho não apresenta alterações significativas em relação aos meses de Janeiro e Março (o absentismo dos maquinistas até foi menor no mês passado). Quanto à concentração de férias, o sindicato afirma que alertou para a situação quando estas foram sendo recusadas pela empresa, que é quem as organiza e impõe.
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