Paulo Alves, da Comissão de Trabalhadores do Metro de Lisboa, denunciou à imprensa os problemas vividos pelos maquinistas: trabalho rotineiro, o tempo contado ao minuto para irem à casa de banho, comer ou fumar e, por serem poucos, a impossibilidade de gozar folgas.
«Ainda não entraram os 30 novos trabalhadores anunciados pelo Governo, ainda nem sequer foram lançados os concursos», afirmou.
Referindo-se aos novos horários de trabalho impostos pela administração, Paulo Alves fez saber que vai ser entregue na quarta-feira uma participação à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) por não ter sido pedido um parecer à Comissão de Trabalhadores, o que «é ilegal».
Afirmando que as organizações dos trabalhadores estão «disponíveis para se sentarem e resolver os problemas», Paulo Alves frisou que também «estão disponíveis para fazer [protestos] como no passado».
Silva Marques, do Sindicato dos Trabalhadores da Tração do Metropolitano de Lisboa (STTM), fez saber que, entre 2009 e hoje, o Metro ficou com «um défice de 50 maquinistas», o que faz com que não haja trabalhadores de reserva para baixas, férias ou doenças súbitas.
Para José Silveira, do Sindicato dos Trabalhadores da Manutenção do Metropolitano de Lisboa (SINDEM), a situação da empresa é uma consequência do processo de concessão lançado pelo anterior Governo do PSD e do CDS.
No âmbito do convite da Fectrans a todos os grupos parlamentares para acompanharem uma jornada de trabalho dos maquinistas do Metro, Bruno Dias, deputado do PCP, esteve hoje presente.
O deputado defendeu uma maior colaboração entre a administração do Metro de Lisboa e os trabalhadores para se resolverem problemas antigos, como os horários e a falta de pessoal.
Bruno Dias lamentou que o trabalho dos maquinistas continue a não ser valorizado e lembrou que o Metro já teve uma administração «que tratou os trabalhadores como se fosse o inimigo e não como o factor decisivo e fundamental, sem o qual o serviço não dá respostas às necessidades das pessoas».
O deputado propôs a realização de estudos para se avaliar a extensão de possíveis problemas como os níveis de radiação a que os maquinistas estão sujeitos, o ruído e o surgimento de uma nova doença profissional, a tendinite.
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