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Ataques israelitas a jornalistas palestinianos aumentaram em Maio

O Centro Palestiniano para o Desenvolvimento e as Liberdades de Imprensa – MADA registou 84 violações cometidas por forças israelitas contra jornalistas na Cisjornânia ocupada e na Faixa de Gaza cercada.

O número de agressões a jornalistas palestinianos aumentou em 2017; Dezembro foi o mês com o maior número de casos registados
O número de agressões a jornalistas palestinianos aumentou no mês de Maio Créditos / SJP

Num relatório publicado este domingo, o MADA revelou que o número de ataques verificados em Maio (84) representa um aumento substancial relativamente ao mês de Abril, quando foram documentadas 19 agressões a jornalistas palestinianos, informam a PressTV e a HispanTV.

Entre as violações registadas, o documento destaca o encerramento de páginas de Facebook de 65 jornalistas e activistas palestinianos, no âmbito de uma campanha levada a cabo pelo governo de Telavive a 23 e 24 de Maio.

Outro exemplo apontado diz respeito às detenções, efectuadas por forças militares israelitas no dia 12 de Maio, de sete jornalistas e defensores dos direitos humanos na região Norte do Vale do Jordão, na Cisjordânia ocupada, impedindo-os de acompanhar e cobrir jornalisticamente as deportações de agricultores e residentes perpetradas pelos militares.

O MADA refere ainda que o escritório do Centro Abdullah al-Hourani de Estudos e Documentação, ligado à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), foi atingido por caças israelitas, quando bombardearam a Faixa de Gaza, no passado dia 4 de Maio. No mesmo dia, foi atacado e destruído, em Gaza, o escritório da agência noticiosa turca Anadolu.

Também na Faixa de Gaza cercada, dois jornalistas, Abdel Rahim Mohammed Khatib, de 42 anos, e Ramzi Hatem al-Shukrit, de 35, foram feridos, no dia 10 de Maio, quando faziam a cobertura da mobilização da Grande Marcha do Retorno junto à vedação com que Isreal cerca o território palestiniano, a leste da cidade de Rafah. O primeiro foi atingido com uma bala de aço revestida de borracha, enquanto o segundo foi atingindo por uma bomba de gás lacrimogéneo.


O relatório do MADA indica que, no mesmo dia, o fotojornalista palestiniano Mohammed Mahmoud Hassan foi atingido a tiro quando fazia a cobertura do protesto semanal contra a expropriação de terras palestinianas pelo governo israelita na aldeia de Kfar Qaddum, perto de Nablus, na Margem Ocidental ocupada.

O documento dá ainda conta de impedimentos à realização do trabalho dos jornalistas palestinianos, bem como do ataque a Ahmed Salah al-Najjar, que trabalhava como fotógrafo para a rede Noor e foi atingido a tiro, pelas costas, quando cobria a marcha de protesto em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, no passado dia 31 de Maio.

Ataques intensificaram-se com as Grandes Marchas do Retorno

De acordo com a HispanTV, os ataques a jornalistas palestinianos por parte das forças israelitas intensificaram-se com o início, a 30 de Março de 2018, das Marchas do Retorno, na Faixa de Gaza, para reivindicar o direito dos refugiados palestinianos a regressar às suas casas e o fim do bloqueio de 12 anos imposto ao território.

Só entre Março e Julho de 2018, o Comité de Apoio aos Jornalistas (Journalist Support Committee) registou 181 casos de jornalistas feridos por fogo israelita durante a cobertura dos protestos na Faixa de Gaza.

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