O processo negocial iniciado em Maio passado para o estabelecimento de uma nova tabela remuneratória na REN Atlântico, empresa que gere o terminal de gás natural líquido (GNL) no porto de Sines, foi concluído com êxito.
A informação procede de um comunicado emitido em 2 de Agosto pela a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN).
A unidade e organização dos trabalhadores foram decisivas para que a empresa aceitasse «responder positivamente às reivindicações» e fosse estabelecido o acordo, afirma o comunicado.
O processo negocial foi iniciado em Maio passado, com a entrega à administração da REN Atlântico, pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/CGTP-IN), de uma proposta negocial que esteve quase dois meses sem resposta.
Os trabalhadores dispuseram-se para a luta. Foi emitido pelo SITE Sul um pré-aviso de greve, ao qual se seguiu uma disponibilização da administração da REN para negociar o novo Acordo de Empresa (AE). Na base dos compromissos assumidos pela empresa, o sindicato retirou o aviso de greve – como anunciámos oportunamente.
Em poucos dias realizaram-se duas reuniões negociais, a primeira a 26 e a segunda 31 de Julho. Nesta última foi estabelecido um aumento salarial imediato em todas as categorias, que começa em 5,6% nos salários mais elevados e atinge 19% nos salários mais baixos. O aumento salarial médio é de 189,25 euros mas chega a 213 euros nos salários mais baixos. Estes mereceram ainda uma especial atenção por parte dos negociadores sindicais, tendo ficado pré-acordados para 2020 aumentos que farão com que trabalhadores nos escalões remuneratórios menos favorecidos possam crescer até 391 euros em dois anos.
Outras cláusulas do AE continuarão a ser negociadas entre as partes, segundo o comunicado.
O terminal e a empresa
O terminal de gás natural líquido (GNL) de Sines «é a principal porta de entrada de GNL em Portugal», segundo a REN Atlântico divulgou em Dezembro de 2018 na sua página. Os números do movimento portuário de 2018 apontavam, segundo a empresa, para que o referido ano terminasse com «números próximos dos 70% do GNL entrado em Portugal».
O tráfego aumentou substancialmente relativamente ao ano de 2017, em que a mesma percentagem era de 55%. Tal demonstra «a crescente importância do terminal de Sines» e torna-a «uma infraestrutura crítica na garantia da segurança de abastecimento de gás natural para Portugal», afirma a empresa.
Em 22 de Dezembro de 2018 o terminal recebeu o seu 500.º navio. Em 2018 registaram-se 46 atracamentos e descargas – um novo máximo histórico, segundo a empresa.
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