O estudo «II Observatório do Mercado da Habitação em Portugal», realizado pela operadora imobiliária Century 21 com o objectivo de perceber os futuros clientes da imobiliária, revela que a maioria dos jovens portugueses dependem financeiramente da família e que mesmo aqueles que trabalham precisam de ajuda familiar para pagar a habitação em que vivem.
Segundo declarações de Ricardo Sousa, CEO da empresa, citadas pelo Dinheiro Vivo, o estudo «desmistifica uma ideia preconcebida sobre esta geração, de que é acomodada ao conforto da casa dos pais», e indica que é «a falta de recursos económicos» que condiciona as suas decisões em matéria de habitação.
Se 40% dos jovens portugueses entre os 18 e os 34 anos vivem debaixo do tecto dos pais – a idade média da emancipação em Portugal está próxima dos 30 anos, segundo o CEO da Century 21 – «é esmagador o número de jovens que não estão satisfeitos com a sua situação actual. Há uma percentagem muito relevante de jovens que querem sair de casa para ter a sua independência», afirma Ricardo Sousa.
Precariedade e baixos salários afligem a maioria dos jovens
A razão para que «os jovens não se emancipem mais cedo» é de outra ordem: o estudo evidencia que «é a precariedade do trabalho e as limitações nos rendimentos» que condicionam as suas decisões.
Cerca de 63% dos inquiridos na análise «conta com menos de 1000 euros mensais e 17% têm ganhos inferiores 500 euros. Apenas cerca de 12% indicam rendimentos entre 1000 e 1500 euros, por mês». O resultado é que 56% dos inquiridos dependem financeiramente da família para sobreviver.
Mesmo entre aqueles que são considerados emancipados, 37% «depende financeiramente da família ou parceiro», refere por sua vez a Agência Lusa, que também cita o referido estudo. «Apenas 36,4% dos jovens consegue assumir a totalidade dos gastos com a habitação onde vive» e «em 21% dos casos os custos da casa são integralmente suportados pelos pais», refere a agência.
A empresa realizou 800 inquéritos entre 18 e 25 de Junho, tendo por alvo jovens dos 18 aos 34 anos, com 50,3% a serem respondidos por mulheres e 49,7% por homens.
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