O destacamento de tropas dos EUA na Polónia custará cerca de 50 milhões de dólares anuais ao país europeu, informou a cadeia de rádio RMF FM.
«Os 50 milhões dólares anuais [45,7 milhões de euros] são o preço do destacamento de militares norte-americanos na Polónia, incluindo os mil efectivos adicionais», informou esta quinta-feira a rádio polaca, citando fontes não oficiais.
A maior parte desta despesa estará a cargo do Ministério polaco da Defesa. No entanto, segundo a mesma fonte, a verba não inclui os gastos com a construção de infra-estruturas, casas, armazéns e hangares para os soldados no país limítrofe com a Rússia.
Os interlocutores da rádio estimaram que o custo total real destas obras ronde os mil mihões de dólares, revelam a agência Sputnik e a HispanTV.
Outro investimento de grande porte será a reconstrução da base aérea em Powidz, no Ocidente da Polónia, que será financiado quase na sua totalidade (260 milhões de dólares) pela NATO.
Presença militar reforçada
No passado dia 23 de Setembro, à margem do 74.º período de sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo polaco, Andrzej Duda, firmaram uma declaração conjunta para «fomentar a cooperação militar […] abrindo o caminho a uma presença militar reforçada dos EUA na Polónia», lê-se no portal defensenews.com.
No âmbito da declaração, as partes decidiram aumentar o número de tropas americanas em solo polaco dos actuais 4500 efectivos para 5500, tendo determinado os seis locais em que o contigente será distribuído.
A declaração agora assinada dá sequência ao anúncio feito em Junho por Donald Trump, num encontro na Casa Branca com Andrzej Duda, de que a Polónia iria construir infra-estruturas para albergar mais mil soldados norte-americanos no país, sem custos para a administração dos EUA.
Agressividade crescente e aumento de tensões
O Exército dos EUA, acompanhado por contigentes de outros países-membros da Aliança Atlântica, tem aumentado a presença das suas tropas em vários países bálticos.
Em Junho, o governo russo manifestou preocupação com a presença militar crescente dos EUA na Polónia e acusou a NATO de «recorrer a falsos pretextos para implementar programas que desestabilizam e fazem aumentar as tensões» no chamado flanco Leste da Aliança Atlântica.
Então, o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, questionou a «agressividade» da NATO.
O diplomata disse ainda que «as tentativas de mostrar a livre escolha feita pelo povo da Crimeia e Sebastopol, que decidiram exercer o seu direito à autodeterminação, como actividades desestabilizadoras da Rússia são no mínimo injustas», e sublinhou que a actuação evidencia uma política da NATO que «visa conduzir a mudanças geopolíticas na região e criar condições desfavoráveis ao desenvolvimento» da Rússia.
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