Numa tentativa de «mostrar a gravidade da situação habitacional em Lisboa», o workshop «Perdi a Casa» – inserido nas actividades do festival HabitACÇÃO – foi uma tentativa de criar uma memória colectiva, urbana e digital sobre as acções de despejo e não renovação de contratos na cidade, através da escrita em azulejos nos Anjos.
Mas as acções contra esta realidade não se ficam por aqui — até porque o festival HabitACÇÃO, organizado por cerca de 30 associações, dinamizou mais de 40 actividades dedicadas ao tema «Acção pela Habitação». Exposições, concertos, lançamento de filmes, acções de rua, performances artísticas e debates pretenderam «chamar a atenção, questionar, mobilizar e convidar a tomar a palavra» sobre a temática.
No Manifesto pode ler-se: «Insurgimo-nos para dizer que não aceitamos a lógica da cidade-lucro, do bairro-montra e da casa-investimento. Essa é a lógica dos investidores especuladores, que nos tentam convencer que o lucro é mais importante do que as nossas vidas, e dos governantes, que estão reféns dos interesses privados, e nos dizem que não existem alternativas.»
Neste sentido a organização propõe uma série de medidas: «a indexação do valor das rendas ao ordenado mínimo nacional», «políticas de habitação que diminuam as desigualdades sociais e impeçam a segregação étnico-racial» e «a diminuição efectiva do número de apartamentos turísticos e a expropriação dos monstros imobiliários».
Perante estes fenómenos da «gentrificação, da turistificação, da demolição e da expulsão», o festival termina hoje com uma manifestação pelo direito à habitação e à cidade, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, com concentração marcada para as 15h.
A ideia é que o festival seja «uma acção continuada», na sequência da manifestação pela habitação que teve lugar em Lisboa em Setembro do ano passado.
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