Num protesto organizado pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN), contando com a presença solidária do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, as pouco mais de uma centena de trabalhadores concentraram-se no Campo Pequeno, de onde partiram em cortejo até à sede da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) para entregar uma carta aberta a denunciar os problemas e apresentar reivindicações.
Os manifestantes empunhavam cartazes e faixas com frases como «trabalhadores das misericórdias em luta contra políticas de baixos salários», «em luta pelo aumento dos salários e pela dignidade profissional» ou «trabalho em funções sociais exigem melhores salários, respeito pelos direitos laborais e dignidade profissional».
Nos cerca de quinhentos metros de percurso até à sede da UMP, os manifestantes seguiram entoando as frases: «é só explorar e as misericórdias a amealhar», «contratação sim, exploração não», «aumentos salariais são urgentes e necessários» ou «UMP escuta, os trabalhadores estão em luta».
Em declarações aos jornalistas, António Macário, dirigente da FNSTFPS, afirmou que os trabalhadores das misericórdias e da União da Misericórdias Portuguesas [45 mil trabalhadores] «auferem baixos salários» e cerca de dois terços deles «recebem o equivalente ao salário mínimo nacional», acrescentando que «a UMP propôs aumentos de 26 cêntimos, 33 cêntimos, um euro e cinquenta ou dois euros, o que é miserável».
«São aumentos de miséria e não são aceitáveis para trabalhadores que desde 2016 não vêem os seus salários aumentados. Se não fosse efectivamente o aumento do salário mínimo nacional, que mais uma vez valorizámos, os ordenados eram muito mais baixos», acrescentou, explicando que esta é a «razão de fundo» expressa na carta entregue na UMP.
António Macário sublinhou que o Estado injecta anualmente 1,7 mil milhões no sector social, tendo aumentado no último ano a verba em 9,1%, mas que nas misericórdias nada disso chegou aos trabalhadores, que não são tidos em conta pela «função social nobre» que executam.
Sobre os números de adesão à greve, o sindicalista disse que ainda não tinha uma percentagem, mas que a adesão foi elevada. «Podemos dizer que há várias valências em todo o País fechadas, desde a área de infância, do apoio domiciliário, de centros de dia que encerraram e outros apenas a cumprir os serviços mínimos, atingindo milhares de trabalhadores em greve», afirmou.
Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, expressou que a carta aberta entregue ao presidente da UMP será igualmente remetida, na segunda-feira à nova ministra do Trabalho, aos grupos parlamentares e ao Presidente da República.
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