Numa conferência de imprensa dada este domingo em Caracas, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela, Diosdado Cabello, denunciou a ligação entre o golpe de Estado perpetrado contra o presidente da Bolívia, Evo Morales, e as políticas imperialistas norte-americanas.
«Hoje, o nosso irmão Evo Morales sofreu um golpe de Estado, perpetrado pela oligarquia fascista, em conjunto com a OEA [Organização de Estados Americanos] e o imperialismo norte-americano. O golpe leva-nos para tempos longínquos», disse Cabello, citado pela TeleSur.
«Essa é a OEA que temos, é a mesma que procurou levar a cabo um golpe de Estado aqui, na Venezuela, mas que se faz de desentendida com o que se passa no Chile, com o que passa no Haiti», denunciou.
Em simultâneo, disse não ter ficado «surpreendido com a forma de agir da direita». «Aqui, na Venezuela, tentaram [fazer] o mesmo, nós já os conhecemos», frisou.
Referindo-se aos excelentes resultados sociais e económicos que Morales obteve como chefe de Estado boliviano, Cabello acrescentou que a questão não é económica, mas ideológica: «Evo tornou-se um osso duro de roer para o imperialismo», afirmou, tendo alertado para «a grande perseguição» que podem sofrer na Bolívia os apoiantes de Evo, na sequência do golpe, refere a AVN.
O também dirigente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) sublinhou que o principal antídoto contra o fascismo é a mobilização popular e anunciou uma semana de iniciativas em solidaridade com Evo e contra o imperialismo. «Vamos para as ruas repudiar a violência do imperialismo», acrescentou.
Mobilizações todos os dias até ao próximo sábado
Diosdado Cabello anunciou uma série de mobilizações no país caribenho, ao longo desta semana, contra o golpe de Estado na Bolívia, em solidariedade com Evo Morales e contra o fascismo e o imperialismo.
Para esta segunda, foi agendada uma concentração de repúdio, no centro de Caracas, contra a ingerência dos EUA e da OEA; para terça, foi marcada uma marcha popular, no âmbito do Encontro Internacional de Afrodescendentes; na quarta, haverá uma marcha no estado de Yaracuy; na quinta, outra marcha, no estado de Anzoátegui; na sexta, em La Guaira.
O ponto culminante desta campanha será no sábado, dia 16, em Caracas, para onde foi convocada uma «grande marcha e concentração do povo», que se mobilizará a partir de diversos pontos do país. «Haverá povo nas ruas, alegria, mobilização em defesa da Revolução», disse Cabello, que insistiu na mensagem de condenação do «golpe de Estado na Bolívia contra o presidente Evo Morales» e na «solidariedade total da Venezuela com o povo boliviano».
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