«Tolerância zero» é o lema da manifestação convocada para amanhã, em Lisboa, pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR).
Depois de o anterior Governo ter feito «promessas que não cumpriu» e ter protelado a resolução de problemas que põem em causa a estabilidade das instituições e «toda a segurança pública em Portugal», a ASPP e a APG exigem que este Governo do PS não se escude na falta de conhecimento dos problemas e que os resolva.
As questões que vêm, nos últimos anos, sendo levantadas por estes profissionais são a justa reposição de carreiras e do montante das pensões de reforma, a criação de subsídios de risco e penosidade das missões, o apoio médico e psicológico, a garantia mínima de condições de higiene e segurança no trabalho, a dotação de efectivos em número razoável, ou a definição de um horário de serviço na GNR.
Acompanhando estas reivindicações, o deputado comunista António Filipe recordou hoje, numa declaração política, que merecem elogio «os profissionais das forças e serviços de segurança que, a braços com a exiguidade de meios materiais e humanos que constantemente denunciam, contribuem decisivamente para que os governantes se possam orgulhar de Portugal ser um dos países mais seguros do mundo». Ao mesmo tempo, «deparam-se sistematicamente com a indiferença dos governantes, com a falta de diálogo e com a ausência de qualquer resposta».
O PCP lamenta ainda que projectos como o da adopção de um Estatuto da Condição Policial e sobre condições de higiene e segurança no trabalho das forças e serviços de segurança tenham sido rejeitados por PS, PSD e CDS-PP, «que não se cansam de elogiar os seus profissionais». Algumas destas iniciativas legislativas foram já novamente apresentadas esta legislatura e António Filipe desafiou as outras forças políticas a aprová-las, para que assumam «coerência entre as palavras e os actos».
Na sua intervenção, os comunistas alertaram para preocupações que exigem «o maior rigor na fiscalização e controlo da actividade policial», como são casos de abusos de autoridade e de incumprimento da lei, e a «infiltração das forças e serviços de segurança por elementos de extrema-direita, racistas e xenófobos», a qual deve merecer um «combate implacável» pelo Governo e por todas as forças democráticas.
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