«As tropas ocupantes dos Estados Unidos levaram 300 familiares de membros do Daesh de origem estrangeira do campo de al-Hol para o Iraque», noticiou a TV estatal, citada pela agência Sputnik.
O campo de refugiados de al-Hol fica localizado na província síria de Hasaka, junto à fronteira com o Iraque, e a situação humanitária que ali se vive tem sido reiteradamente denunciada pelas autoridades sírias e pela Rússia.
De acordo com dados recentes das Nações Unidas, o campo, controlado pelas chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS; de maioria curda), alberga 69 mil pessoas, 40% das quais são sírias, 45% iraquianas e 15% possuem outras nacionalidades.
Presença militar dos EUA na Síria bem activa
Em Outubro, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a retirada das tropas norte-americanas da Síria, a que se seguiu uma fase de incerteza e especulação sobre as movimentações das forças militares ocupantes no país levantino.
No entanto, apesar de algumas manobras e saídas pontuais de algumas bases, a retirada nunca se veio a concretizar, com Trump a afirmar a necessidade de defender o petróleo ainda em poder dos seus «amigos» curdos, para impedir que caísse nas mãos de «terroristas».
No passado dia 7, no âmbito do Reagan National Defense Forum, na Califórnia, o secretário norte-americano da Defesa, Mark Esper, não pôs de parte, inclusive, a possibilidade de reforçar o contingente militar na Síria, depois de já ter dito que o número de tropas no terreno não iria ultrapasar os actuais 600.
Colaborações frequentes com os terroristas do Daesh e seus familiares
As tropas norte-americanas e a chamada «coligação internacional» liderada pelos EUA foram reiteradamente acusadas de transportar militantes do Daesh, «salvando-lhes a pele» em situações de aperto e dando-lhes «novo uso».
Na terceira semana de Outubro último, a agência estatal síria noticiou que, «no quadro do investimento no terrorismo» e na sequência da ofensiva turca em território sírio, iniciada a 9 desse mês, «as tropas dos EUA têm vindo a transportar centenas de terroristas do Daesh», que levam do Nordeste da Síria [região da Jazira] para o Iraque, «depois de os juntarem em bases ilegais».
Muitos outros casos foram reportados. A título de exemplo, o Irão acusou os EUA de transportar «um grande número de terroristas do Daesh» para o Afeganistão a partir da Síria, segundo noticiou a Al-Masdar News.
Em 22 de Setembro de 2018, a agência SANA reportou a existência de uma operação, por parte da «coligação internacional», de transporte aéreo de terroristas do Daesh, que foram levados dos arredores de al-Marashida, na província de Deir ez-Zor, para parte incerta.
Um ano antes, em Setembro de 2017, diversas fontes disseram à RIA Novosti que os militares norte-americanos tinham transportado membros do Daesh da região de al-Mayadin, em Deir ez-Zor, para parte incerta, quando o cerco do Exército Árabe Sírio apertava.
Numa reportagem publicada em Novembro de 2017, a BBC revelou vários detalhes de um acordo secreto que permitiu que centenas de combatentes do Daesh e as suas famílias saíssem da cidade de Raqqa, em meados de Outubro desse ano, acompanhados e protegidos pela coligação liderada pelos EUA, pouco antes de as chamadas FDS terem decretado a libertação da cidade.
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