Dos 149 palestinianos mortos a tiro ou em bombardeamentos pelas forças israelitas em 2019, 112 foram vitimados na Faixa de Gaza e 37 foram mortos na Margem Ocidental ocupada, revelou esta semana uma entidade governamental palestiniana que presta apoio social a famílias de palestinianos mortos por Israel desde 1967, noticia a agência Xinhua.
Em declarações à Quds Press, o secretário-geral da organização, Mohammed Sbeihat, afirmou que, nos últimos cinco anos, 807 palestinianos foram mortos por Israel, o que dá uma média anual de 161 palestinianos mortos pelas forças repressivas de ocupação.
«O número de menores mortos em 2019 chegou a 33, o que representa cerca de 23% do número total [de vítimas] e um aumento de 5% relativamente a 2018», disse ainda Sbeihat.
Dos 112 palestinianos mortos na Faixa de Gaza, «69 pereceram sob ataques aéreos israelitas», afirma no seu portal o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), lembrando que, porventura, «o caso mais trágico» foi o do «assassínio de oito pessoas da família Abu Malhous – incluindo quatro crianças e duas mulheres –, cuja casa foi atacada e completamente destruída por um míssil disparado por um avião F16 durante a agressão israelita de Novembro».
Corpos retidos por Israel
Em 2019, a maioria dos palestinianos mortos pelas forças de ocupação israelitas tinha 20 e poucos anos, revelou também Sbeihat à Quds Press, acrescentando que as autoridades israelitas retiveram os corpos de 15 deles como forma de punição às suas famílias. Deste modo, eleva-se para 306 o número de corpos de palestinianos retidos por Israel.
A este propósito, o MPPM informa que alguns dos corpos estão conservados em câmaras frigoríficas e outros enterrados nos chamados «cemitérios de números», explicando que nestes últimos espaços, a que Israel chama «cemitérios para os mortos inimigos», estão enterrados – em túmulos sem nome, marcados por números – palestinianos que morreram durante ataques contra israelitas. «Os palestinianos consideram esses ataques actos de resistência legítimos contra uma ocupação violenta que dura há 50 anos», precisa o organismo solidário português no seu portal.
A retenção, por parte de Israel, dos restos mortais de muitos dos palestinianos que assassinou constitui uma forma de punição colectiva, uma vez que «priva as famílias de realizar as cerimónias fúnebres e de fazer o necessário luto», denuncia o MPPM.
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