Nesta terça-feira, trabalhadores de mais cinco plataformas e dois terminais aderiram à greve, pelo que, no total, 102 unidades do Sistema Petrobras estão a ser abrangidas por um protesto que envolve 48 plataformas, 11 refinarias e 20 terminais, informou a FUP.
A fonte sindical precisou que as mais recentes adesões ocorreram no Terminal de São Caetano do Sul (São Paulo) e no Terminal Aquaviário, de Barra do Riacho (estado de Espírito Santo), bem como em cinco plataformas.
Entre as reivindicações dos trabalhadores petrolíferos, contam-se a suspensão dos despedimentos na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná, cuja concretização está prevista para a próxima sexta-feira, e o cumprimento do Acordo Colectivo de Trabalho.
Em declarações ontem recolhidas pela Rede Brasil Atual, o coordenador da FUP, José Maria Rangel, defendeu que a greve do sector «está forte e a cada dia ganha mais força». Valorizou também o facto de a mobilização e a paralisação proporcionarem «debates importantes com a sociedade sobre a privatização da Petrobras e o significado de as refinarias permanecerem sob controle do Estado».
«Estamos no caminho certo, mesmo com o silêncio dos media conservadores e os ataques do Justiça». Felizmente, o sector tem entendido a importância da participação neste movimento», frisou.
Recurso no Tribunal Superior do Trabalho
A FUP e diversos sindicatos recorreram da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que, apesar de reconhecer a legalidade do protesto, no passado dia 4 impôs restrições «severas» à greve, determinando que 90% dos funcionários continuem a trabalhar durante a «paralisação».
De acordo com as decisões do tribunal, favoráveis à Petrobras – embora a empresa tenha pedido ao tribunal que decretasse a suspensão da greve –, o não cumprimento implica uma multa diária de 500 mil reais (mais de 105 mil euros) para a FUP e os sindicatos do Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo, e mais 250 mil reais (quase 53 mil euros) para os demais sindicatos.
Apesar de discordarem das medidas, que consideram «desproporcionadas», a federação e os sindicatos estão a cumprir as decisões do TST. A FUP acusa a direcção da Petrobras de estar a negar informações sobre efectivos e de impedir o acesso dos trabalhadores às unidades.
«Em vez de negociar, a gestão anunciou contratações temporárias, medida que coloca em risco os trabalhadores e as próprias unidades, cuja operação exige profissionais extremamente qualificados e treinados», afirma a federação numa nota ontem divulgada.
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