Britânicos respondem com muro a fluxo migratório

Autoridades britânicas anunciaram, hoje, a construção de um muro no porto francês de Calais, para impedir que migrantes e refugiados entrem nos camiões que transitam na zona com destino ao Reino Unido.

Os refugiados no acampamento de Calais vivem em condições deploráveis
Créditosfirstnews.co.uk

Robert Goodwill, secretário de Estado da Imigração britânico, revelou hoje que o Reino Unido tenciona construir brevemente um muro na zona norte do porto de Calais (Norte de França), por forma a impedir que os migrantes e refugiados subam para os veículos pesados que se dirigem para solo britânico, noticia a Prensa Latina.

Goodwill acrescentou que, de acordo com as autoridades locais, há milhares refugiados instalados no acampamento conhecido como «A Selva» e que procuram atravessar o Canal da Mancha para Inglaterra, para ali pedir asilo.

«A segurança nos portos tem aumentado, graças ao reforço do equipamento», disse Goodwill, referindo-se ao pacote de medidas anti-migratórias de 17 milhões de libras (20 milhões de euros) recentemente aprovado pelos governos britânico e francês.

«Agora, vamos começar a construir um muro como parte do sistema de segurança na zona. A cerca já está feita, mas agora falta construir o muro», disse ainda Goodwill sobre a polémica decisão.

A estrutura, que terá quatro metros de altura e cerca de um quilómetro de comprimento, deve começar a ser construída ainda este mês, em ambas as bermas da estrada principal de Calais.

A Prensa Latina salienta que a «conclusão deste muro entre a França e o Reino Unido é uma das mais recentes e questionáveis medidas projectadas pela União Europeia (UE) para travar o fluxo migratório a partir de países em guerra, como o Iraque, a Síria ou o Afeganistão, entre outros».

As guerras de ingerência e de saque de recursos promovidas pelas potências ocidentais, bem como o apoio destes países, e seus aliados árabes, a forças jihadistas que operam no Médio Oriente estão na origem do incremento da violência em várias regiões do mundo e, consequentemente, do aumento do número de refugiados e migrantes, populações obrigadas a fugir das suas terras e que procuram um refúgio e uma nova vida na Europa.

A crise migratória com que o Velho Continente se depara desde o ano passado é considerada a pior nesta região do mundo desde a Segunda Guerra Mundial.

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