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Wuhan sem restrições a viagens de saída, após 76 dias de bloqueio

Esta quarta-feira, os carros fizeram fila nas auto-estradas para sair de Wuhan, cidade chinesa que eliminou as restrições às viagens, após 11 semanas de bloqueio para impedir a propagação da Covid-19.

Passageiros embarcam no voo MU2527 da companhia aérea China Eastern, no Aeroporto Internacional Tianhe, em Wuhan, no dia 8 de Abril 8 de 2020
CréditosCheng Min / Xinhua

A agência Xinhua assinala que a reabertura «cautelosa» de Wuhan «está longe de ser uma vitória final sobre a ameaça sanitária», mas deixa entrever que, com «determinação, persistência e esforços concertados», uma «vitória global» acabará por ser alcançada.

O tom de esperança e optimismo que se encontra na agência chinesa é mais fácil de entender à luz de dois factos: a megacidade no Centro da China esteve encerrada quase 11 semanas (76 dias) e foi o epicentro do novo coronavírus no país asiático.

Há três meses, a capital da província de Hubei estava apenas a aperceber-se de que a Covid-19 era mais que uma «pneumonia por causas desconhecidas».

No dia 11 de Janeiro, foi registada a primeira morte relacionada com o vírus na China e, a partir de dia 23 desse mês, dois dias antes do Festival da Primavera, as autoridades impuseram enormes restrições de tráfego, incluindo a suspensão do transporte público em Wuhan e dos transportes de saída da cidade, de forma a conter a disseminação do vírus.

Hoje, Wuhan tem um registo de 50 008 casos confirmados da doença respiratória, 61% do total da China continental, refere a Xinhua, acrescentando que 2572 pessoas morreram na cidade, ou seja, cerca de 77% do registo total de fatalidades relacionadas com a Covid-19 na China continental.

Muita gente a viajar, mas as cautelas mantêm-se

Além de todos aqueles que viajam por via rodoviária e que hoje fizeram fila nas auto-estradas para sair de Wuhan, só esta quarta-feira mais de 55 mil passageiros devem deixar a cidade usando o comboio. Por seu lado, o Aeroporto Internacional Tianhe retomou os voos nacionais de passageiros, esperando-se que, só hoje, registe um movimento de 200 voos de entrada e saída.


As autoridades mantêm uma atitude de vigilância, de modo a impedir um eventual ressurgimento do vírus, tendo solicitado aos passageiros ferroviários que apresentassem os seus códigos de saúde, verificassem as temperaturas ao entrar nas estações e usassem máscaras para reduzir os riscos de infecção.

Em todo o caso, sublinha a agência chinesa, o levantamento das restrições constitui uma «vitória preliminar duramente alcançada» e simboliza o «esforço nacional da China na luta contra o vírus», transmitindo assim «esperança ao mundo, quando quase metade da população a nível mundial está sujeita a algum tipo de confinamento».

Embora fechada, Wuhan «nunca parou»

Em Wuhan e noutros pontos da China, as autoridades tomaram medidas excepcionais para tentar manter o número de infecções num nível mínimo. Wuhan, sendo o epicentro do surto, foi particularmente «bloqueada», ganhando dessa forma «tempo para o país e para o mundo», defende a agência.

Embora isolada, a cidade nunca parou: médicos, investigadores, agentes policiais, funcionários públicos, assistentes sociais, correios e vonlutários continuaram a trabalhar. Além disso, informa a Xinhua, de todo o país foram chegando à cidade reforços, doações e todo o tipo de ajuda. Foram construídos dois hospitais de campanha. Mais de 35 mil médicos e demais pessoal da saúde foram para Wuhan ajudar a lutar contra o vírus.

Deste modo, Wuhan melhorou e está a melhorar a cada dia que passa, sendo que 46 991 pessoas já recuperaram totalmente da infecção. «Os últimos 76 dias são um capítulo memorável na história da cidade», frisam os editores da Xinhua.

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