Em nota à imprensa, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Eléctricas (Fiequimetal/CGTP-IN) defende que a distribuição de dividendos, concretizada sexta-feira passada em assembleia-geral de accionistas do Grupo Galp Energia, representa a retirada de centenas de milhões de euros do País e significa que «não há forma de assegurar que esse valor seja investido em Portugal ou que não sirva para alimentar somente a especulação financeira».
A distribuição aprovada de 318,2 milhões de euros acresce aos 262,3 milhões de euros, pagos a título de adiantamento sobre lucros do exercício em Setembro de 2019, o que eleva para 580,5 milhões de euros o valor a distribuir pelos accionistas da Galp Energia.
No mesmo dia, à entrada do primeiro turno, uma delegação de representantes dos trabalhadores esteve junto à portaria desta refinaria a protestar simbolicamente contra o facto de não estarem garantidos os postos de trabalho.
Recorde-se que, em Sines, no início de Março, 80 trabalhadores das empresas empreiteiras a laborar na Petrogal foram despedidos, entre os quais dois representantes dos trabalhadores.
Quanto à situação nesta refinaria, a estrutura sindical exige que o Governo actue de imediato para «reverter todos os despedimentos já ocorridos» e impedir «novos abusos».
Para a Fiequimetal, os ganhos decorrentes da aquisição de crude a preços muito baixos deverão ser «utilizados para alavancar a recuperação económica do País». Por outro lado, o Governo deverá estabelecer um preço máximo para os combustíveis, de forma a garantir que «aqueles ganhos beneficiam os trabalhadores, as empresas e o desenvolvimento nacional».
Também a comissão central de trabalhadores da Petrogal denuncia a atitude do Governo perante esta situação, lembrando que o Estado é o segundo maior accionista directo e que dá o seu aval à conversão de investimento em dividendos, «cujo destino maioritariamente será o estrangeiro», e recusa «o efeito replicador do investimento produtivo para o País e que o Estado viria a colher mais à frente», pelo que exigem a nacionalização da empresa.
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