Num comunicado emitido esta terça-feira, a Yemen Petroleum Company (YPC) afirma que 15 navios com 410 728 toneladas de produtos derivados de petróleo estão retidos ao largo da costa do Iémen, numa «violação flagrante da convenções internacionais de direitos humanos e das normas humanitárias».
A YPC sublinhou ainda que a coligação liderada pelos sauditas – que há mais de cinco anos lançou uma violenta campanha militar de agressão contra o povo iemenita – «ignora de forma descarada os termos do Acordo de Estocolmo», que vincou a necessidade de facilitar a chegada ao porto iemenita de Hudaydah de ajuda humanitária e bens de primeira necessidade, de modo a fazer frente e satisfazer as carências do povo iemenita, noticia a ParsToday.
Recorde-se que, em Dezembro de 2018, delegados movimento Huti Ansarullah e representantes leais ao antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, apoiado por Riade, mantiveram negociações de paz na cidade sueca de Rimbo, a norte de Estocolmo.
Dos encontros resultou um acordo entre as partes beligerantes, anunciado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no âmbito do qual foi decretado um cessar-fogo para toda a província de Hudaydah, bem como a retirada das tropas da cidade portuária com o mesmo nome, à beira do Mar Vermelho.
Mais de 70% das importações do Iémen passavam pelas docas de Hudaydah. No entanto, a cidade costeira foi sujeita, desde Junho de 2018, a uma intensa ofensiva lançada pelos sauditas, as tropas dos Emirados Árabes Unidos e as milícias fiéis a Abd Rabbuh Mansur Hadi.
No comunicado de ontem, a YPG destaca que o confisco continuado de petroleiros contradiz afirmações proferidas pelo enviado especial da ONU para o Iémen, Martin Griffiths, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a 16 de Janeiro e 22 de Outubro do ano passado, de acordo com as quais os navios que transportam derivados energéticos estavam a entrar no porto de Hudaydah sem quaisquer problemas.
A empresa refere que a aliança liderada pelos sauditas – com forte apoio ocidental, nomeadamente norte-americano e britânico – continua a impor o cerco ao Iémen «através da pirataria marítima, visando dificultar a chegada a Hudaydah de navios que transportam derivados de petróleo, gás natural, alimentos, medicamentos e outros bens de primeira necessidade».
Isto – denuncia – apesar apesar de os navios terem obtido os documentos necessários no Djibuti, ao abrigo do Mecanismo de Inspecção e Verificação das Nações Unidas para o Iémen (UNVIM, na sigla em inglês).
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