A equipa da Sky News viajou centenas de quilómetros por «terreno rochoso, inóspito e caminhos serpenteantes nas montanhas» até chegar à aldeia remota de Washah, perto da fronteira com o reino saudita, refere a cadeia britânica no seu portal, esta segunda-feira.
O grupo de jornalistas identifica-se como os primeiros forasteiros a chegar ao local e os primeiros jornalistas a examinar a área de forma independente e a falar com diversas testemunhas e sobreviventes do massacre cometido pela aviação da coligação saudita, na sequência de um ataque a uma casa onde se encontravam apenas mulheres e crianças.
«Nenhuma outra casa na área foi tocada», disse um familiar das vítimas à Sky. Nove civis foram mortos no ataque, seis dos quais eram crianças.
Após o ataque à aldeia, o caça sobrevoou o local ainda cerca de 15 minutos, referiu uma testemunha à equipa – uma prática da aviação de guerra da coligação que, segundo a PressTV, é comum e que visa aparentemente demover os trabalhadores da Saúde de prestar assistência médica nos locais que acabaram de ser atacados.
No dia do ataque – 12 de Julho –, vizinhos e familiares usaram os seus telemóveis para tirar fotos das crianças mortas, mas também de fragmentos da bomba que atingiu a casa.
Especialistas em armamento consultados pela cadeia britânica afirmaram que os fragmentos parecem fazer parte de uma bomba de precisão GBU-12, de 230 quilos, de fabrico norte-americano e que tem sido utilizada com frequência nos cinco anos e meio de campanha de agressão levada a cabo pela coligação saudita no Iémen.
Apesar de a coligação afirmar que não ataca deliberamente a população civil iemenita, existem outros registos documentados de utilização desta munição «precisa» em ataques a civis no Iémen.
«Dossier com potenciais crimes de guerra»
A reportagem da Sky News, que destaca a controvérsia crescente no Reino Unido sobre a razão que leva o país a manter o apoio a esta campanha, revela que investigadores dos direitos humanos estão a construir um dossier com «com potenciais crimes de guerra».
De acordo com a reportagem, os investigadores possuem detalhes sobre pelo menos 500 ataques perpetrados pela coligação liderada pela Arábia Saudita em que os civis foram as vítimas. Destes, afirmam, há cinco que conseguiram ligar directamente às autoridades ou a empresas britânicas.
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