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Câmara do Porto viabiliza El Corte Inglés na Boavista

A Câmara do Porto deu parecer favorável ao Pedido de Informação Prévia apresentado pelo El Corte Inglés para o terreno da antiga estação ferroviária da Boavista, à revelia do interesse da população. 

Créditos / Pixabay

Depois de uma primeira resposta negativa, a Câmara Municipal do Porto acabou por dar parecer favorável ao Pedido de Informação Prévia (PIP) apresentado pela cadeia espanhola para a instalação de uma grande superfície comercial junto à rotunda da Boavista. 

Num comunicado, PCP e eleitos da CDU na Invicta lamentam a «decisão política», criticando desde logo o facto de o Governo «não ter feito o que estava ao seu alcance para reverter o contrato de promessa de compra e venda», conforme proposta apresentada numa reunião do Executivo municipal, em Novembro.

As críticas estendem-se à autarquia liderada por Rui Moreira, que na mesma altura alegou não ter meios, nem dinheiro, para travar a concretização do projecto.

«Independentemente do articulado do regulamento do PDM [Plano Director Municipal] e carta de qualificação de solo sobre regras que o edificado deve respeitar, a Câmara tem ao seu alcance a competência de decidir sobre a licença de autorização e o uso do solo que terá determinada parcela», lê-se na nota.

Ao mesmo tempo que admitem que a Câmara do Porto «tinha condições para se opor à implantação de uma grande superfície comercial nesta parcela», os eleitos denunciam que, na reunião do Executivo municipal da semana passada, não houve informação sobre a intenção de viabilizar uma grande superfície comercial naquele local, não obstante a polémica que o assunto gerou aquando da apresentação do anterior PIP.

PCP e eleitos da CDU defendem que a localização do terreno da antiga Refer, junto à rotunda da Boavista, e onde brevemente será construída mais uma estação de metro (para além da ligação à segunda linha para Gaia), «é de uma importância estratégica para a intermodalidade na cidade».

Por outro lado, e tendo em conta a actual afluência do local e congestionamento de trânsito existente, alertam para a necessidade de um desenvolvimento urbano equilibrado com atenção ao uso dos solos e com especial atenção às infra-estruturas existentes.

Neste sentido, lamentam que tenha sido «desperdiçada» mais uma propriedade pública, «determinante ao desenvolvimento sustentável da cidade», que permitiria disponibilizar um espaço público ao serviço dos cidadãos e em convivência e permitir a disponibilização de mais fogos de habitação pública. 

Em Setembro de 2019, o projecto do El Corte Inglés para a antiga estação ferroviária levou à criação de uma petição, subscrita por cerca de 4800 signatários.

Meses depois, um grupo de cerca de 60 personalidades pediu a classificação daquele local como imóvel de interesse público, defendendo a importância da preservação da antiga estação ferroviária, em risco se o projecto do El Corte Inglés avançar.

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