«Acolhemos com satisfação a declaração do enviado especial das Nações Unidas para o Iémen, Martin Griffiths, relativa ao compromisso com o acordo de Estocolmo, além de qualquer abordagem positiva e eficaz ao mecanismo de implementação da Missão das Nações Unidas para Apoiar o Acordo de Hudaydah (UNMHA, na sigla em inglês)», escreveu esta quinta-feira, na sua conta oficial de Twitter, Mohamed Abdel-Salam, representante do movimento Ansarullah.
No mesmo dia, Griffiths tinha-se manifestado profundamente preocupado com os combates na cidade portuária, estratégica de Hudaydah, e com as informações de vítimas entre a população civil, incluindo mulheres e crianças, refere a PressTV.
«Esta escalada militar não constitui apenas uma violação do acordo de cessar-fogo em Hudaydah, mas vai contra o espírito das negociações em curso, facilitadas pela ONU, com vista a alcançar um cessar-fogo a nível nacional, medidas humanitárias e económicas, e a reactivação do processo político», afirmou o representante das Nações Unidas num comunicado.
Griffiths pediu a todas as partes que baixem as armas e respeitem os compromissos que assumiram no contexto do acordo de Estocolmo.
Em Dezembro de 2018, delegados do Ansarullah e representantes leais ao antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, apoiado por Riade, levaram a cabo conversações na cidade Rimbo, a norte da capital sueca, das quais resultaram o anúncio de um acordo de cessar-fogo na frente de Hudaydah, que incluía a retirada das tropas da cidade portuária iemenita à beira do Mar Vermelho.
Violações sucessivas da coligação liderada pelos sauditas
A Arábia Saudita e os seus aliados na guerra de agressão ao Iémen têm sido reiteradamente acusados de violarem este acordo – como, aliás, qualquer outra trégua decretada. A televisão em língua árabe al-Masirah, citando fontes da estrutura encarregue de monitorizar as violações do acordo de Estocolmo, informou esta quarta-feira que a coligação liderada pelos sauditas tinha violado a trégua 245 vezes em 24 horas.
No dia anterior, a SABA, agência noticiosa oficial do Iémen, dera conta de 281 violações do acordo em Hudaydah também no espaço de 24 horas, refere a PressTV.
À frente de uma aliança apoiada pelas potências ocidentais e que inclui países como os Emirados Árabes Unidos, o Egipto e o Sudão, a Arábia Saudita lançou, em Março de 2015, uma ofensiva militar contra o mais pobre dos países árabes, declarando serem seus objectivos esmagar a resistência do movimento popular Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.
A organização norte-americana Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED) estima que, nestes cinco anos e meio, a guerra tenha provocado mais de 100 mil mortos.
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