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Super Bock promove crise laboral

O Sintab denuncia que a empresa se tem aproveitado da crise sanitária para tomar medidas que atacam direitos laborais, quando já distribuiu mais de 50 milhões de euros em dividendos.

Créditos / CGTP-IN

O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN) alerta, em nota enviada à imprensa, para uma actuação da Super Bock que ataca os seus trabalhadores, recorrendo ao pretexto da crise sanitária.

Numa primeira fase, a administração decidiu «diminuir a sua força de trabalho para números abaixo dos que são necessários à operacionalidade da empresa», esclarece o sindicato.

Mais recentemente, no passado dia 20 de Novembro, a Super Bock «assumiu que não cumprirá um acordo firmado [em Janeiro] com o Sintab e o Ministério do Trabalho».

Neste sentido, a empresa pretende não vir a integrar nos seus quadros os 16 dos trabalhadores com vínculos precários que «desempenham tarefas contínuas e essenciais há mais de 15 anos»

Para o sindicato «esta é uma decisão sem precedentes na história da empresa, que envergonha os seus trabalhadores, e atira para o desemprego 16 trabalhadores que, até aqui, tinham a garantia de um grande salto qualitativo no que à solidez dos seus vínculos laborais diz respeito».

Está ainda em curso um processo de denúncia, por acção da comissão de trabalhadores, para alertar para «um acumular de atitudes prepotentes e persecutórias da parte da direcção industrial, que tem resultado num acréscimo extraordinário de processos disciplinares instaurados em catadupa».

Para o sindicato não há dúvidas de que estão em causa motivações de «descapitalização dos quadros efectivos da empresa, para mais tarde recorrer a mão-de-obra com vínculos precários», que não estejam protegidos pela contratação colectiva.

Registe-se, que ao mesmo tempo que a empresa utiliza o pretexto da pandemia de Covid-19 para empreender ataques aos direitos dos trabalhadores, decidiu distribuir 50 milhões de euros de lucros aos seus dois accionista, a Carlsberg e o GrupoViolas.

O Sintab marcou, para o próximo dia 2 de Dezembro, um plenário de trabalhadores para a definição do «caminho a seguir na defesa dos seus direitos e postos de trabalho», assim como já enviou um pedido de audiência à Ministra do Trabalho.

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