«Pelas péssimas condições a que somos expostos, vem à luta!», lia-se num cartaz de mobilização para o protesto de ontem, levado a cabo por estudantes da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), da Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD) e da Escola Superior de Artes e Design (ESAD).
Os membros do Movimento de Estudantes do Ensino Superior Artístico afirmam-se «vítimas da falta de respostas efectivas, por parte do Estado, para a resolução dos seus problemas», e intercedem por mais financiamento para o Ensino Superior e por mais apoios à Cultura.
Para os dinamizadores do protesto, «sem educação cultural, não existirá Cultura» e, nesse sentido, durante a acção de luta decorreu também um momento performativo.
André Araújo, porta-voz do movimento, referiu, em declarações à Lusa, que esta via de ensino tem sido esquecida ao longo «de décadas e décadas».
«A cultura começa com educação artística e o futuro da cultura está connosco, mas se somos deixados ao abandono, a Cultura não terá futuro», defendeu o estudante, acrescentando ainda que a pandemia de Covid-19 «veio pôr a cru» esta realidade, com o agudizar da falta de condições materiais.
«Sem educação, não há cultura» e «Ensino artístico, gratuito para todos» foram as palavras de ordem do protesto, no qual a estudante Francisca Castro, do 2.º ano de Artes Plásticas na FBAUP, explicou à Lusa que «o Ensino Superior é suposto ser justo e gratuito», condenando as propinas.
No manifesto que serviu para divulgar a concentração, os estudantes referem o dever do Estado em garantir a todos os cidadãos, «independentemente do berço em que nasceram, o direito à formação especializada, digna, gratuita e de qualidade». E enumeram problemas que vivem diariamente, e que querem ver resolvidos, como o facto de chover nas salas de aula, o pagamento de propinas e taxas, ou a falta de salas e limitações dos espaços.
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