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Governo afasta o controlo público dos CTT

Pedro Nuno Santos informou esta terça-feira, no Parlamento, que o Executivo pretende prorrogar o contrato de concessão dos CTT, mantendo o serviço postal nas mãos de privados.

A gestão dos Correios encerra a estações «a eito, porque os que ali vivem são poucos e, aparentemente, tão pobres que nem um balcão do Banco CTT merecem», reclama o SNTCT.
Créditos / Dinheiro Vivo

Há cerca de um mês, o deputado do PS, João Paulo Correia, dava conta da ideia do Governo em poder vir a recuperar o controlo dos CTT. Segundo o parlamentar, o processo seria feito por via da aquisição de capital da empresa (cerca de 13,12% das acções em bolsa), para o Estado passar a ser o maior accionista. O que, dizia, não ter «grande impacto orçamental».

Porém, ontem, na comissão parlamentar de economia, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, afirmou que irá «haver uma prorrogação do contrato» de concessão dos CTT, que termina no final do mês, com a fundamentação da actual «crise pandémica».


Estas declarações revelam que o Governo volta a afastar-se da decisão de assumir o controlo público da empresa de distribuição nacional, optando pela continuidade da gestão privada neste serviço, sem ter adiantado quaisquer prazos.

A decisão traduz desconsideração, por parte do Executivo, da reiterada constatação de falhas no serviço postal, reconhecida pelo regulador, assim como da reivindicação dos representantes dos trabalhadores e dos utentes pela reversão da privitazação da empresa.

Recorde-se que a privatização dos CTT foi levada a cabo entre 2013 e 2014 pelo então governo de PSD/CDS-PP. Desde então, sempre que a possibilidade da nacionalização da empresa postal foi levada a votos na Assembleia da República, o PS tem-se juntado aos partidos de direita para a inviabilizar.

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