O primeiro-ministro manifestou esperança na recuperação do País, após um ano de «combate, dor e resistência» por causa da pandemia de Covid-19, numa mensagem de Natal em que expressou «especial gratidão» aos profissionais de saúde.
Gratidão que fica apenas nas palavras, uma vez que António Costa não anunciou a contratação dos profissionais de Saúde em falta, para o que tem, por proposta do PCP, cabimento no Orçamento do Estado. Tão pouco anunciou a ruptura com as políticas que criaram os problemas estruturais no Serviço Nacional de Saúde, agora expostos pela pandemia.
Os profissionais de Saúde têm reclamado que o reconhecimento do seu esforço deve passar pela valorização concreta das suas carreiras e profissões, com a contagem integral do tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira, o aumento dos salários e a contratação de mais profissionais.
«Certamente não fizemos tudo bem e cometemos erros, porque só não erra quem não faz», admitiu Costa, prometendo não regatear esforços para combater a pandemia e aliviar o sofrimento dos portugueses.
Mas para a retoma económica do País e a defesa dos postos de trabalho dos portugueses ficaram igualmente apenas estas palavras de consolo, uma vez que os milhares de despedimentos realizados desde Março a pretexto da Covid-19 não foram revertidos. Exemplo recente e particularmente significativo é o encerramento da refinaria de Matosinhos da Galp, onde o Estado é accionista, que implicará a destruição de mais de meio milhar de postos de trabalho directos e que foi anunciado pela mesma administração que ainda há meses distribuiu mais de 500 milhões de euros em dividendos.
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