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Torre Bela poderia estar na mira para construção de uma central fotovoltaica

O ministro do Ambiente tem direccionado a questão para crime ambiental ou de caça. No entanto, instituições da sua tutela conheciam o projecto energético que implicava uma «limpeza» do território.

CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa

O PCP dirigiu, a partir da Assembleia da República, uma pergunta ao ministro do Ambiente e da Acção Climática no sentido de esclarecer se a realização da montaria na herdade da Torre Bela, em Azambuja, envolta em polémica pela matança de centenas de animais, está «associada ao projecto de futura construção, naquela propriedade, de uma central fotovoltaica com 650 mil painéis, ao longo de 780 hectares».

Os comunistas lembram que, estando em curso a auscultação pública «integrada no Estudo de Impacto Ambiental do projecto das centrais de Torre Bela e Rio Maior, e da respectiva linha de alta tensão», diversas «entidades públicas envolvidas no processo, sob tutela do ministro», tinham conhecimento da ideia de que aquele território teria de ser «"interditado" a várias espécies botânicas e animais, designadamente a animais de "grande porte"».

É o caso da Direcção-Geral de Energia e Geologia e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que chegaram mesmo a definir «medidas de mitigação».

Para o PCP, projectos desta natureza e dimensão não podem deixar de ter em conta «os impactos no território, na paisagem, no desaproveitamento de terrenos com potencial agrícola, além dos impactos futuros do tratamento dos resíduos deixados pelas centenas de milhares de painéis fotovoltaicos, quando o seu ciclo de vida chegue ao fim».

Neste sentido, entre outras questões, os comunistas querem ainda que o Governo esclareça qual é a classificação atribuída aos terrenos, considerando a sua aptidão para uso agrícola, assim como se aquela é uma área de Reserva Agrícola Nacional.

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