O porta-voz do Pentágono, John F. Kirby, disse à imprensa que Biden decretou os ataques aéreos que hoje de madrugada terão destruído várias instalações num controlo de fronteira utilizado pelos combatentes das Unidades de Mobilização Popular iraquianas (Hashd al-Sha'abi, em árabe), incluindo membros das milícias Kata'ib Hezbollah e Kata'ib Sayyid al-Shuhada. O número de vítimas mortais e de feridos varia consoante as fontes.
Kirby afirmou que os ataques foram realizados em resposta a ataques recentes contra tropas norte-americanas e aliadas no Iraque. No último ano, aumentou o número de ataques, na maior parte dos casos sem grande impacto, contra alvos dos EUA no Iraque, sobretudo depois de o Parlamento iraquiano ter aprovado uma lei a exigir a saída das tropas estrangeiras do país.
As tropas norte-americanas têm atacado o grupo de resistência antiterrorista Kata'ib Hezbollah desde 2019, tanto no Iraque como na Síria, onde, integrado nas Unidades de Mobilização Popular (UMP), coopera com o Exército Árabe Sírio no combate a elementos dispersos do Daesh, que operam na vasta região desértica de al-Badya.
A 3 de Janeiro do ano passado, o general iraniano Qassem Soleimani, o subcomandante das UMP Abu Mahdi al-Muhandes e vários combatentes perderam a vida, junto ao aeroporto de Bagdade, num ataque ordenado pelo ex-presidente Donald Trump.
As UMP iraquianas – apresentadas pela imprensa ocidental como milícias pró-iranianas – estão integradas nas forças regulares do Iraque e destacadas ao longo da fronteira com a Síria, onde ajudam a combater os terroristas do Daesh.
Condenação da Rússia
O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros condenou o ataque norte-americano na fronteira sírio-iraquiana, sublinhando que se trata de uma «violação inaceitável do direito internacional», refere a SANA, citando a agência russa Novosti.
Por seu lado, o primeiro vice-presidente da Comissão de Assuntos Externos do Conselho da Federação Russa, Vladimir Dzhabarov, condenou a acção norte-americana, destacando que «é ilegal e constitui um ataque ao território de um Estado soberano», a Síria.
A agressão à Síria «é grave e poderá conduzir a uma escalada da situação em toda a região», disse o funcionário russo, advertindo que pode levar a «um conflito enorme».
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