Desconfinar em segurança, para não mais voltar atrás, tem de ser a base que norteia as opções políticas e governativas nos próximos semanas e meses. O tecido económico e produtivo nacional continua a enfrentar sérias dificuldades decorrentes das restrições no combate à pandemia, com repercussões numa situação de crise, dramática a nível social, com o desemprego e a quebra de rendimentos a pesar sobre as populações.
Entretanto, esta semana iniciou-se uma nova fase no plano de desconfinamento anunciado pelo Governo, com a retoma do ensino presencial para o 2.º e 3.º ciclos, e outras medidas como a abertura de estabelecimentos de restauração e similares para serviço em esplanadas, com um limite de quatro pessoas por grupo.
De facto, nem a comunicação social dominante conseguiu escapar ao entusiasmo colectivo e social que levou muitos milhares a sair e «ir à esplanada» para desfrutar de mais este grau de liberdade e de «normalização» da vida.
Ainda assim, não deixou de se procurar agitar o medo do «passo atrás» e até, aqui e ali, da promoção da inter-vigilância, sempre misturados e servidos numa taça só, com alguma pedagogia para os comportamentos seguros que se exigem no momento actual.
Veja-se que em vários países do mundo a situação continua a ser gravíssima, havendo vários países da Europa a passar por uma terceira vaga. Neste sentido, e sendo sérios os perigos de contágio, está em cima da mesa a questão central do momento: é necessário que se criem as condições para que, com segurança, todos os sectores de actividade possam ser retomados.
Assim, em vez de ameaças com os recuos em caso de «mau comportamento social», com a colocação da pressão sobre a responsabilidade individual, aproveitando-se toda e qualquer oportunidade para agigantar o medo, há respostas urgentes a dar.
Por um lado a concretização de todos os apoios sociais aprovados no Orçamento do Estado para 2021, sem mais adiamentos e manobras dilatórias, com coragem política para acudir a quem precisa, nomeadamente os trabalhadores em dificuldades, e as micro, pequenas e médias empresas que estão em agonia.
A par disso, a resposta política tem de passar pela continuidade do investimento e reforço do Serviço Nacional de Saúde e dos mecanismos de saúde pública, para tornar mais céleres o rastreio e a testagem; assim como se impõe coragem política para diversificar a aquisição de vacinas e investir na sua produção no território nacional, para que, com rapidez, se vacine toda a população.
A saúde e a vida das populações assim o exige. O desenvolvimento económico e social do País disso depende.
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