Depois de um processo judicial que fez estalar o tema sobre a falta de diversidade nas companhias de bailado, Chloe Lopes Gomes, bailarina francesa de origens cabo-verdianas, do Staatsballett de Berlim, terá o seu contrato prorrogado por um ano e receberá uma compensação financeira.
Chloe Lopes Gomes, de 29 anos, deu entrada com uma acção judicial, alegando ter sido vítima de comentários racistas de uma professora de ballet desde a sua chegada à maior companhia da Alemanha.
Além de ser obrigada a maquilhar-se de branco e a ouvir várias chamadas de atenção racistas, «não consegui evoluir como os outros» declarou em Janeiro ao microfone da France Musique.
Agora, Chloe vai ter o seu contrato «renovado por uma temporada adicional, 2021/2022», disse o Staatsballett num comunicado, um dia após um acordo amigável alcançado num tribunal de Berlim.
A bailarina receberá ainda uma compensação financeira de 16 mil euros. «É uma pequena vitória mas já é um grande passo para o mundo do ballet», comemora a bailarina.
A exposição de Chloe Lopes Gomes acabou por gerar um debate nas redes sociais e comunicação social sobre a luta contra a discriminação no ballet clássico onde a grande maioria dos bailarinos é caucasiana.
Por sua vez, a directora em exercício da Staatsballett, Christiane Theobald, indicou que a disputa com a dançarina foi «um alerta» e que a empresa aplicou «uma política de tolerância zero em relação ao racismo e a todas as formas de racismo».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui