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Norte-americanos e cubanos debateram o racismo em Havana

O simpósio «Proibir livros negros, silenciar vozes negras: o apartheid dos Estados Unidos» terminou este sábado na capital cubana, co-organizado pela Morgan State University e a Casa das Américas.

Abel Prieto, presidente da Casa das Américas, em primeiro plano, na última jornada do encontro, em Havana Créditos / PL / Cortesia Uneac

A última jornada do evento, que decorreu de quinta a sábado passado, realizou-se na sala Villena da União dos Escritores e Artistas de Cuba (Uneac), em Havana.

Adele Newson-Horst, directora do Departamento de Inglês da Morgan State University (Baltimore, EUA), e a poeta, tradutora e crítica literária cubana Nancy Morejón protagonizaram o debate, num espaço em que também se encontravam Abel Prieto, presidente da Casa das Américas, e Miguel Barnet, presidente de honra da Uneac, além de intelectuais, criadores e académicos dos dois países.

Newson-Horst vincou a dimensão desta iniciativa «para debater experiências semelhantes, dialogar sobre os danos provocados pelo capitalismo às classes baixas, aos negros e aos imigrantes hispânicos», refere a Prensa Latina.

Por seu lado, Nancy Morejón destacou que «se tratou de um intercâmbio académico importante entre as universidades de Morgan e de Havana, e particularmente com a Uneac, sobre questões de identidade caribenha, o que foi a cultura negra africana nas Américas e como nos influenciou».

A presidente da Uneac, Marta Bonet, frisou a relevância da celebração do encontro na sede da organização que representa a vanguarda dos escritores e artistas cubanos, e destacou a amizade entre o Poeta Nacional Nicolás Guillén e o poeta e activista norte-americano Langston Hughes, a quem unia a necessidade de lutar pela igualdade e de reivindicar o legado dos povos africanos.

Intelectuais, criadores e académicos cubanos e norte-americanos participaram no simpósio «Proibir livros negros, silenciar vozes negras: o apartheid dos Estados Unidos» // Cortesia Uneac

No encontro foi homenageado a título póstumo o destacado jornalista e escritor cubano Pedro de la Hoz, que dirigiu a Comissão Aponte da Uneac, dedicada à luta contra a discriminação racial e ao legado cultural africano em Cuba.

DeWayne Wickham, decano emérito da Faculdade de Jornalismo da Morgan State, declarou que «este simpósio facultou grandes oportunidades para encontrar terrenos comuns entre as comunidades negras norte-americanas, cubanas e de todas as Caraíbas».

«Da mesma forma – disse –, permite criar novos espaços para lutar contra o bloqueio económico e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba e também para continuar a defender a identidade cultural de todos os países da América.» «E é só o começo», sublinhou.

No encerramento, indica a fonte, o escritor e ensaísta Abel Prieto destacou o facto de em Cuba a batalha contra a discriminação racial sempre ter contado com o apoio do líder histórico da Revolução, Fidel Castro.

Agradeceu também a presença de intelectuais norte-americanos para dialogar sobre exclusão e racismo, flagelos que ainda perduram nas sociedades actuais do mundo.

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