Na missiva, as embaixadas da Argélia, Egipto, Comores, Tunísia, Djibuti, Mauritânia e Líbia na Etiópia, onde está sediada a União Africana (UA), afirmam que a decisão contradiz o apoio do bloco africano à causa palestiniana e aos seus princípios, informa a PressTV.
Os sete países condenaram este passo como «inaceitável» e como uma acção de «abuso político da autoridade executiva» do presidente da Comissão da UA.
Os estados-membros do organismo solicitaram ainda ao presidente que o tema seja abordado na próxima reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, prevista para Outubro.
De acordo com jornal Rai al-Youm, de Londres, a Argélia já começou oficialmente a formar um grupo de países africanos para se oporem à integração de Telavive na UA como observador, de modo a preservar os princípios do organismo e o apoio à Palestina.
Segundo a fonte, a que a PressTV faz referência, África do Sul, Tunísia, Eritreia, Senegal, Tanzânia, Níger, Comores, Gabão, Nigéria, Zimbabwe, Libéria, Mali e Seychelles são os países que se puseram de acordo para «expulsar» Israel da UA.
A Al Mayadeen indica que Lesoto, Botswana, Mauritânia, Líbia, Djibuti e Egipto também se pronunciaram contra a medida.
Apoio constante à Palestina
As autoridades argelinas emitiram um comunicado condenando uma decisão que «foi tomada sem consultar previamente os estados-membros» e lembrando que tal medida «não deve alterar o apoio constante e activo da organização continental à justa causa palestiniana», indica a Al Mayadeen.
O documento em que os artistas da Irlanda se comprometem a não actuar em Israel, nem a ser apoiados pelo Estado ocupante da Palestina surgiu há dez anos e ultrapassou agora a marca dos mil signatários. A Campanha de Solidariedade Irlanda-Palestina (IPSC, na sigla em inglês) afirma no seu portal que o facto de o «Compromisso dos Artistas da Irlanda para Boicotar Israel» ter atingido e ultrapassado as mil assinaturas é um «marco extremamente significativo». O documento foi lançado em Agosto de 2010 por Raymond Deane, compositor e co-fundador da IPSC, para apoiar o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) contra Israel, liderado pela sociedade civil palestiniana. Apoiado inicialmente por 140 figuras do mundo da Cultura, o «compromisso irlandês» baseou-se no «boicote cultural» à África do Sul do apartheid e é considerado o primeiro organizado contra Israel, tendo sido seguido por iniciativas semelhantes na Suíça, na África do Sul, no Reino Unido, entre outros países. Zoë Lawlor, da secção cultural da IPSC, declarou o «orgulho» da Campanha Solidária por haver «tantos artistas a assinar o compromisso», sublinhando que se trata de «uma afirmação séria de apoio à luta da Palestina pela liberdade, justiça e igualdade» e «quando o povo palestiniano sofre o 73.º ano de roubo, limpeza étnica, apartheid e exílio forçado». A adesão dos artistas irlandeses ao documento e o seu apoio à Palestina foram ainda mais valorizados por Lawlor pelo facto de «este ano ter sido extremamente difícil», no contexto da crise sanitária. Nas actuais circunstâncias e «em resposta ao apelo da sociedade civil palestiniana para um boicote cultural a Israel, nós comprometemo-nos a não aceitar qualquer convite para actuar ou expor em Israel, nem financiamento de qualquer instituição ligada ao governo de Israel». Entre os signatários encontram-se: Stephen Rea, Sinéad Cusack, Donal Lunny, Andy Irvine, Damien Dempsey, Sharon Shannon, Robert Ballagh e Mary Black and Kíla; Sisterix, CMAT, Pillow Queens, Kneecap, TPM, Steo Wall, Oein DeBhairduin e Roisin El Cherif; Kevin Barry, Joe Rooney, Mary Coughlan, Derbhle Crotty, Paul Duane e Eugene O’Hare. A lista inclui actores, escritores, poetas, pintores, escultores, realizadores de cinema, dançarinos, arquitectos, compositores, designers, músicos, entre outros. Fatin al-Tamimi, presidente da Campanha de Solidariedade Irlanda-Palestina, disse que, «enquanto os palestinianos lutam para fazer frente à dupla ameaça da pandemia de Covid-19 e do regime opressivo de apartheid de Israel, há uma ausência crescente de esperança no meu país». «No entanto, o facto de mais de mil artistas na Irlanda estarem dispostos a solidarizarem-se com a nossa luta, recusando-se a ajudar o apartheid de Israel a branquear culturalmente os seus crimes contra o meu povo, é um enorme raio de esperança, e faz-me sentir muito orgulhosa da minha pátria de adopção», disse, citada pelo portal da IPSC. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Mil artistas irlandeses comprometem-se a não branquear os crimes de Israel
Mais de mil artistas na Irlanda não branqueiam os crimes de Israel
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Por seu lado, o governo sul-africano mostrou-se «chocado com a decisão injusta e injustificada» do presidente da Comissão, e recordou que, de acordo com as normas do organismo, tal medida requeria a consulta prévia aos seus estados-membros.
Também o governo da Namíbia se pronunciou, afirmando que «atribuir o estatuto de observador a uma potência ocupante contraria os princípios e objectivos do Acto Constitutivo da União Africana».
A potência colonial não deve ser premiada
A Rede de Solidariedade África-Palestina está a mobilizar o apoio de organizações africanas para que instem os estados-membros da UA a opor-se à integração de Israel no bloco como observador.
Em comunicado, a Rede lembra que Israel «viola sistematicamente o direito internacional» e é «uma ameaça constante e directa à paz e à segurança no Médio Oriente e no Norte de África».
«A UA não devia premiar uma potência colonial agressora […]; antes apoiar o apelo do povo palestiniano ao BDS [boicote, desinvestimento e sanções]» e «isolar o apartheid israelita», defende a rede solidária.
No passado dia 22 de Julho, Moussa Faki Mahamat anunciou que Israel tinha obtido estatuto de observador junto da União Africana – um estatuto que o Estado sionista perdera em 2002, quando desapareceu a Organização da Unidade Africana, e por cuja obtenção vinha a fazer pressão.
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