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Trabalhadores da Sumol+Compal partem para um novo momento de luta

Todos os estabelecimentos da empresa, em território nacional, estão incluídos na greve do próximo dia 12 de Janeiro, definida pelos trabalhadores em plenário.

Concentração de trabalhadores junto à fábrica da Sumol+Compal, em Pombal
CréditosRUI MIGUEL PEDROSA / LUSA

A resolução dos trabalhadores em avançar para um dia de greve, informa o comunicado do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN) é um resultado directo «da intransigência que a administração tem demonstrado, na recusa da séria negociação da carta reivindicativa» por eles apresentada.

No documento a que o AbrilAbril teve acesso, o SINTAB destaca, de entre os objectivos dos trabalhadores, «a reformulação do escalonamento da tabela salarial, quase totalmente absorvida pelo Salário Mínimo Nacional, e a implementação de perspectivas de progressão de carreira». A administração não deu qualquer «resposta objectiva, desvalorizando a iniciativa» e, desta forma, desvalorizando os seus próprios trabalhadores.

Trabalhadores consideram ofensivo que um grupo que gera milhões pague o SMN

Sumol Compal falha reunião com trabalhadores no Ministério do Trabalho

A administração da Sumol Compal não compareceu na reunião marcada para as 14h desta sexta-feira, no Ministério do Trabalho, em Lisboa. À porta, perto de duas centenas de trabalhadores contestaram os baixos salários e a discriminação de que dizem ser alvo. 

 

A Sumol Compal tem fábricas na Póvoa de Varzim, Leiria, Pombal e Almeirim
Créditos / O Ribatejo

«Há anos que a Sumol Compal discrimina os trabalhadores», denuncia Rui Matias, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN). 

Da afirmação percebe-se o quotidiano de luta dos trabalhadores desta empresa. Num comunicado enviado ontem às redacções, o Sintab considerava «ofensivo para os trabalhadores e suas famílias que um grupo que gera milhões de euros por ano pague o salário mínimo nacional (SMN) aos seus trabalhadores».

Mesmo assim, e apesar de se tratar de um valor baixo para quem tem encargos a assegurar ao longo do mês, a Sumol Compal veio a praticar salários inferiores aos 557 euros do SMN. De acordo com os documentos, o vencimento base em Fevereiro era de 545 euros, tendo sido actualizado em Abril para 551,64 euros, com efeito a partir de Janeiro. 

No seguimento da pressão exercida pelo sindicato e da luta dos trabalhadores, a empresa reuniu informalmente com o pessoal para informar sobre a decisão de repor o pagamento do SMN na empresa. A situação já foi regularizada no recibo referente ao mês de Setembro, com retroactivos desde Janeiro. Mas os trabalhadores exigem mais. «Defendemos que a Sumol Compal deve pagar acima do SMN», realça Rui Matias.

A proposta dos trabalhadores para 2017 era de 40 euros acima do SMN, mas a empresa, diz o dirigente, «ainda nem sequer se dignou a conversar connosco. Por isso é que nós tivemos que nos deslocar para o Ministério do Trabalho de modo a fazermos aí a negociação».

Hoje a empresa faltou ao encontro com o argumento de que não queria negociar sobre pressão, uma vez que os trabalhadores estavam na rua a manifestar-se. Rui Matias defende que a administração «teve medo» do encontro com os trabalhadores. Entretanto, está nova reunião agendada com a empresa, também no Ministério do Trabalho, no dia 14 de Novembro, às 14h. 

Não há equidade nos salários  

O dirigente sindical denuncia que «há muita coisa que está errada» no grupo Sumol Compal. A falta de equidade salarial é um dos motivos que preocupam os trabalhadores.

Rui Matias explica que, por exemplo, um trabalhador na fábrica da Póvoa de Varzim pode ter um salário diferente de outro que cumpra a mesma função em Leiria, Pombal ou Almeirim. «Isto não pode acontecer, não é aceitável e os trabalhadores estão fartos», ressalva. 

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Trabalhadores consideram ofensivo que um grupo que gera milhões pague o SMN
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Só que os problemas na Sumol+Compal não são de agora: «Os plenários de Novembro haviam já deliberado o combate à contínua precarização da mão de obra, por recurso excessivo e injustificado à prestação de serviços externos e trabalho temporário, bem como a firme oposição aos despedimentos colectivos que a empresa colocou em prática durante os últimos anos».

Sem respostas, a greve decorrerá entre as 23h do dia 11 e as 8h do dia 13 de Janeiro, em todos os estabelecimentos da empresa em território nacional. No dia 12 realizar-se-á uma manifestação em frente à Câmara Municipal de Almeirim, entre as 14h e as 16h, com a participação da Secretária-Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.

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