Falando no Palácio da Revolução, em Havana, Miguel Díaz-Canel afirmou que os Estados Unidos não são capazes de garantir os direitos dos cidadãos no seu próprio território e destacou que fazem equivaler a defesa da democracia à promoção do capitalismo, quando, na verdade, são conceitos contrapostos.
As autoridades de Cuba, tal como outros países do hemisfério, acusam a administração de Joe Biden de ter aproveitado a sua condição de anfitrião da IX Cimeira das Américas para excluir a Ilha, assim como a Venezuela e a Nicarágua.
Comentando a utilização da «democracia» como argumento, Díaz-Canel disse ainda que nos Estados Unidos não existem garantias no que respeita aos serviços essenciais de saúde e que a venda de armas tem prioridade, antes do direito das crianças à educação.
Sublinhou igualmente a elevada taxa de encarceramento de crianças e adolescentes nos EUA, bem como as expressões de racismo e discriminação ali existentes, refere a Prensa Latina, acrescentando que, mesmo com este historial, Washington se atreve a fazer convites para a cimeira com o pretexto da democracia.
Cimeira dos Povos será o espaço de debate
Neste sentido, qualificou o evento, que começou dia 6 e termina amanhã, em Los Angeles, como um espectáculo publicitário dirigido à política interna dos EUA e como um evento com «matizes neocoloniais».
Tal como López Obrador, presidente do México, Luis Arce disse que não participará na Cimeira das Américas, em Junho, se persistir a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela. Recorrendo à sua conta de Twitter, esta terça-feira, o presidente boliviano afirmou que, em consonância com os princípios e valores do Estado Plurinacional da Bolívia, não estará presente no evento que irá realizar-se em Los Angeles, caso persista «a exclusão de povos irmãos». Neste sentido, Arce acrescentou que o seu país baseia as suas relações externas na diplomacia, «com inclusão, solidariedade, complementaridade, respeito pela soberania, autodeterminação e construção colectiva da cultura do diálogo e da paz». Organizações como a Comunidade das Caraíbas, a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos, a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, e o Grupo de Puebla, lembra a TeleSur, criticaram a decisão dos Estados Unidos – na qualidade de país anfitrião – de recusar a participação de Cuba, Venezuela e Nicarágua na Cimeira das Américas. Por seu lado, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que, se algum país for excluído da cimeira, não irá ao evento, enviando uma delegação liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Marcelo Ebrard. Numa conferência de imprensa na Cidade do México, Obrador afirmou que «ninguém tem o direito de excluir alguém» e defendeu a sua atitude por não querer que continue a mesma política na América, antes a da independência, da soberania e da resolução dos conflitos, refere a Prensa Latina. A realização da IX Cimeira das Américas deve decorrer entre os dias 6 e 10 de Junho, na cidade norte-americana de Los Angeles, sendo a segunda edição em território norte-americano (a primeira realizou-se em 1994). Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Presidente boliviano também não vai à Cimeira das Américas se houver exclusões
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Dirigindo-se a elementos da sociedade civil cubana interessados em participar nessa cimeira e na Cimeira dos Povos – que, de forma paralela, decorre na mesma cidade norte-americana – mas a quem foi negado o visto de entrada, o presidente de Cuba disse que «os Estados Unidos têm a capacidade de impedir a presença de Cuba em Los Angeles, mas não têm o poder de silenciar a nossa voz, nem de silenciar a verdade».
Na cimeira, encontram-se várias pessoas de Cuba, mas não em representação da Ilha, pois estão ligadas a projectos financiados pelos EUA, refere a Prensa Latina.
Miguel Díaz-Canel considerou ainda que tudo parece indicar que o verdadeiro espaço de debate em Los Angeles será o da Cimeira dos Povos, onde se reúnem, desde ontem, sindicatos, partidos, organizações sociais e juvenis, para debater, entre outros temas, a democracia, os impactos das intervenções norte-americanas na América Latina e nas Caraíbas ou o bloqueio a Cuba.
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